O cônsul-geral do Brasil em Tóquio, Antonio Carlos Coelho da Rocha, disse na noite desta terça-feira (manhã de quarta-feira no Japão), que cerca de “uma dúzia” de brasileiros que viviam no nordeste do país não foi localizada. Segundo o diplomata, as autoridades trabalham com a possibilidade de vítimas do Brasil na tragédia gerada pelo terremoto seguido de tsunami.

O cônsul confirma a existência de brasileiros em cidades atingidas.

– Havia uma pequena concentração de brasileiros na região. É possível que possam ter brasileiros desaparecidos. Mas não temos confirmação, nem certeza disso. Segundo um dos relatos, temos uma dúzia de pessoas.

Coelho da Rocha também trabalha com a possibilidade de vítimas brasileiras na região. Ele diz que é “possível” que decasséguis tenham morrido no terremoto de 8,9 graus que atingiu o Japão na última sexta-feira (11), ou no tsunami que engoliu várias cidades da costa nordeste do país.

– Não temos evidência. Mas há essa possibilidade, na medida que houve localidades que simplesmente sumiram do mapa e nós cremos que havia brasileiros trabalhando lá.

Segundo dados do consulado, 777 brasileiros viviam nas quatro províncias mais atingidas pela tragédia – Miyagi, Fukushima, Iwate e Aomori.

Consulado retira brasileiros da região

O consulado em Tóquio espera, ainda nesta quarta-feira, retirar todos os brasileiros nas cidades de Sendai e Fukushima, duas das mais atingidas pela tragédia.

Uma operação, que conta com dois ônibus, um caminhão e uma van, já está no local, buscando decasséguis. Todos serão levados a Saitama, cidade vizinha a Tóquio, para um alojamento cedido por um empresário brasileiro (que não teve o nome divulgado). O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) está arcando com parte dos custos.

Segundo Coelho da Rocha, o alojamento em Saitama tem 20 apartamentos e é usado por operários. Uma missão do consulado estará no local para cadastrar os brasileiros e ver as necessidades de cada um.

O cônsul acredita que boa parte deve seguir para a casa de parentes que vivem no sul do Japão, onde está a maior parte dos 250 mil brasileiros que vivem no país.