Congresso quer investigar negócios de Ricardo Teixeira com empresa que vai faturar com a Copa

A informação de que o presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, comprou uma cobertura de um dos sócios da empresa que vai negociar pacotes da Copa do Mundo de 2014 por valor abaixo do mercado repercutiu no Congresso Nacional. Deputados querem saber se o cartola trocou […]

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A informação de que o presidente da CBF e do COL (Comitê Organizador Local) da Copa de 2014, Ricardo Teixeira, comprou uma cobertura de um dos sócios da empresa que vai negociar pacotes da Copa do Mundo de 2014 por valor abaixo do mercado repercutiu no Congresso Nacional.

Deputados querem saber se o cartola trocou favores com os donos da SBTR. Ou seja, deu a empresa o direito de faturar com o Mundial de 2014 e recebeu em troca uma cobertura por um preço módico.

Cláudio Abraão, o homem de quem Ricardo Teixeira comprou a cobertura, dirige uma das empresas do grupo Águia, a SBTR (Stela Barros Turismo). Em 2009, ele vendeu o tal apartamento na Barra da Tijuca a Teixeira por R$ 720 mil. Mesmo valor que pagou em 2002, quando ele comprou o imóvel. Na escritura, há um detalhe curioso, a base de cálculo do valor do imposto foi de quase R$ 2 milhões. Na região, corretores de imóveis calculam que uma cobertura de frente para a praia neste condomínio saia por R$ 4 milhões.

Cláudio é irmão de Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia. Teixeira e Wagner são velhos conhecidos. Wagner Abrahão é dono da agência de viagens da CBF. Suas empresas organizam as viagens da seleção e a venda de pacotes para Copas do Mundo. Na França, as empresas deixaram de entregar ingressos vendidos e deixou mil torcedores de fora dos jogos. Na Alemanha, foram acusadas por fazer vendas casadas de bilhetes e pacotes.

A CPI do Futebol, realizada entre 2000 e 2001, ainda apontou que a SBTR superfaturava preços de hotéis e passagens para a seleção ganhou R$ 31 milhões entre 1998 e 2000. Os deputados suspeitavam à época que os valores faziam parte de um esquema de lavagem de dinheiro de Teixeira.

As novas denúncias devem aumentar a pressão no Congresso. Alguns parlamentares mandaram o recado: assim que voltarem de recesso, vão fazer de tudo pra aprovar nova CPI pra investigar os negócios de Teixeira.

O deputado Silvio Costa (PTB-PE) não tem dúvidas de como Ricardo Teixeira conseguiu recursos para fazer negócios tão vultuosos.

– Todo mundo sabe a origem dos recursos. É o desvio de recursos da CBF.

Para Marcelo Donato, chefe de fiscalização da Receita Federal, pode haver crime se Teixeira declarou ter pagado pelo apartamento um valor menor do que realmente pagou.

Pode render multa e representação ao Ministério Público Federal. Em último caso, pode levá-lo para a cadeia.

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