Com hábito de queimar lixo, Três Lagoas tem alta incidência de queimadas criminosas

Segundo Órgãos responsáveis pela fiscalização e pelo combate às queimadas, os três-lagoenses ainda mantêm o antigo hábito de colocar fogo no lixo, em folhas e galhos secos e nos terrenos baldios. O que contribui para baixar ainda mais os percentuais da umidade do ar.

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Segundo Órgãos responsáveis pela fiscalização e pelo combate às queimadas, os três-lagoenses ainda mantêm o antigo hábito de colocar fogo no lixo, em folhas e galhos secos e nos terrenos baldios. O que contribui para baixar ainda mais os percentuais da umidade do ar.

Por toda Três Lagoas é comum observar pessoas
colocando fogo em pequenos montes de lixo ou em terrenos baldios. Em junho, a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente autuou 110 proprietários de lotes que
realizaram esta prática ilegal.

“Isso pode não representar a realidade desse ato criminoso,
pois há ocorrências que não são flagradas pela Secretaria ou denunciadas pela
população. Diversas vezes, fomos atender uma denúncia e nos deparamos com mais
queimadas pelo caminho. Quando conseguimos comprovar a prática ilícita, autuamos
e imputamos multa de 100 Ufms (Unidades Fiscais do Município), cerca de R$
295,65, por cada lote queimado”, explica a fiscal da Secretaria de Meio
Ambiente, Cristiane Rocha Duarte.

A fiscalização também é efetuada pela Polícia
Militar Ambiental, porém com valores diferenciados. De acordo com o comandante
da Polícia Militar Ambiental de Três Lagoas, capitão Mauro Sérgio Fernandes, o
valor da multa também varia conforme a extensão da área. Porém, antes de
qualquer procedimento, são fornecidos todos os recursos ao cidadão para que
este se defenda.

“Em algumas situações a queima ao ar livre não é
realizada pelo proprietário do terreno. Procedemos todas as investigações para
avaliar os reais responsáveis pelo ato, antes de procedemos o auto de infração.
Alguns casos, raríssimos, a longa estiagem também provoca combustão espontânea.
É necessário descartamos todas as hipóteses que inocentariam o dono do local, para
depois imputarmos multa, cujo valor mínimo é de 30 Uferms (Unidades Fiscais
Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul)”, esclarece.

O Corpo de Bombeiros (CB) de Três Lagoas atua na
função de combater os incêndios, provocados ou não. Conforme exposto pelo
sargento Eduardo, do 1° Batalhão Militar de Bombeiros da Cidade, em julho houve
redução no número de casos registrados.

“No mês passado a incidência de fogo ao ar livre
foi maior, a maioria em terreno baldio e nas margens das rodovias. Em outra
situação, que infelizmente é prática comum entre os três-lagoenses, as pessoas ao
invés de recolherem o lixo e promoverem o destino correto, tendem a queimá-lo. Com
o tempo seco, é uma tendência natural que o fogo criado se propague em outras áreas”,
explica.

O sargento continua expondo sobre o procedimento de
rotina do CB. “Vamos até o local para combater o incêndio. Após a conclusão dos
trabalhos, enviamos um ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e outro
para a Promotoria Pública, para que estes tomem as devidas providências legais”,
conclui.

Apesar de um órgão de proteção ao meio ambiente, a
fiscal Cristiane Duarte, fala sobre os malefícios à saúde das queimadas.

“A justificativa de que a queimada de lixo, folhas
e galhos secos reduz o número de insetos e combate outras pragas é anulada
diante dos problemas de saúde que esse ato pode trazer como a asma, a bronquite
e o resfriado. Há outros meios para se proteger sem causar danos a todos, como
os repelentes naturais. Estamos intensificando nossos trabalhos para coibir
essa prática criminosa”, finaliza.

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