Há três dias no comando da prefeitura de Alcinópolis, Alcindo Carneiro (PDT), trocou todo o secretariado do prefeito afasto do município, Manoel Nunes (PR). A medida é para evitar que Carneiro tenha que conviver com os aliados de Nunes que é suspeito de envolvimento da morte do presidente da Câmara da cidade, Antônio Carneiro (PDT), que foi assassinado a tiros no dia 26 de outubro do ano passado. “Não quero misturar a administração dele com a minha”, explica o pedetista.
Carneiro disse que está recebendo ameaças e por isso está com seguranças ao seu lado. “Tenho medo. Esse povo pode fazer qualquer coisa.”, afirma.
Ontem, a Polícia Civil de Alcinópolis pediu reforço no efetivo por conta do clima de instabilidade política no município.
Prisão
Na última quarta-feira (20), a Polícia Civil prendeu prefeito Mané Nunes (PR), o presidente da Câmara Valter Roniz (PR), vice-presidente Valdeci Lima (PSDB), mais conhecido como Passarinho, primeiro secretário Enio Queiroz (PR), o comerciante Ademir Luiz Muller e Gildete que seria namorada de Irineu Maciel acusado de ter atirado no vereador.
Os suspeitos foram trazidos de Alcinópolis escoltados com nove carros, sendo quatro camburões e cinco viaturas descaracterizadas e policiais fortemente armados com fuzil e pistolas. A ação da policia contou com pelo menos 25 policiais.
O caso
O presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis, Carlos Antonio Costa Carneiro (PDT), de 40 anos, foi assassinado com três tiros, por volta das 13h, do dia 26 de outubro de 2010, ao lado do hotel Vale Verde, na Avenida Afonso Pena esquina com a rua Guia Lopes, em Campo Grande. Carlos é filho do vice-prefeito do município, Alcino Carneiro.
Segundo testemunhas, um dos suspeitos identificado pela polícia como Irineu Maciel, de 38 anos, foi visto próximo ao vereador, que estava na calçada, como se estivessem conversando, em seguida ouviram os disparos.
Após disparar contra a vítima, o autor correu ao encontro de Aparecido de Souza, de 28 anos, que o esperava em uma motocicleta Yamaha, de placa HSN 2741, de Campo Grande/MS. A dupla foi presa após ser perseguida por dois investigadores da DGPC (Diretoria Geral da Polícia Civil) que passavam pelo endereço em uma viatura descaracterizada e presenciaram o crime.
Segundo os policias, durante a perseguição chegaram a atirar três vezes contra os autores que foram impedidos de fugir após derraparem e caírem ao chão. Eles foram presos pelo Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Sequestros).
Aos policiais eles disseram terem sido contratados para executar o vereador pelo valor de R$ 20 mil, mas não disseram ainda quem teria encomendado o crime.