No primeiro de retorno dos bancários ao trabalho, nesta terça-feira (18), as agências foram submetidas a uma limpeza geral com a retirada de cartazes que informavam sobre a greve. Depois de 21 dias de paralisação, as filas se acumulavam nas agências das mais diversas instituições bancárias e os usuários reclamavam dos serviços e da demora no atendimento.

“Por medo de não chegar ao trabalho na hora certa, vim aqui por volta das 9 horas, embora saiba que a agência só abre às 11 horas. Mas já tinha gente na fila. Espero conseguir retirar o meu cartão que está nesta agência desde agosto”, disse o auxiliar administrativo Jonas Farias, no Setor Comercial Sul de Brasília, onde há vários bancos.

O motorista de Washigton Miranda Pereira também chegou cedo a uma das agências bancárias. Mas desistiu de tentar enfrentar fila e acabou resolvendo suas pendências no caixa eletrônico. “Acho que a movimentação vai ser muito grande agora com o retorno dos bancários. Por isso vou tentar outra alternativa”, disse ele.

No momento em que as filas aumentavam, os funcionários dos bancos limpavam o que ainda era marca dos 21 dias de greve. Os cartazes pregados nas vidraças foram retirados, enquanto o chão, com lixo acumulado, também foi limpo.

O retorno dos bancários foi definido em assembleias em todo o Brasil nesta segunda-feira (17). Eles aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 9% (sendo 1,5% de aumento real). Haverá também reajuste de 12% no piso da categoria, além de garantias de repasse mais elevado no valor dos lucros e resultados.

O Sindicato dos Bancários de Brasília, por meio da assessoria de imprensa, informou que a categoria merece mais benefícios do que os assegurados pelos banqueiros. Em nota, no entanto, a entidade disse que “diante do atual ” a proposta apresentada pelos banqueiros é positiva porque contém aumento real, valorização do piso e melhorias na participação dos lucros.