Testemunhas disseram que o segurança agiu corretamente ao tirar o rapaz de dentro da boate; colega acha que o chute quebrou uma das costelas da vítima, que morreu logo depois

Um segurança, três garçons e o gerente da boate Valley Pub prestaram depoimentos na manhã desta terça-feira (22) no 1° Distrito Policial em Campo Grande, sobre o caso do segurança Jeferson Bruno Gomes Escobar (23), que morreu após ser agredido na casa noturna, na madrugada de sábado, durante uma envolvendo um cliente da boate.

O acusado pela morte é Christiano Luna Almeida, 23, que foi preso em flagrante e está sendo acusado por lesão corporal dolosa seguida de morte, isto é, como se o rapaz tivesse a intenção de agredir o segurança morto. Christiano está preso no Presídio de de Campo Grande () desde ontem.

Ronaldo Soles, 31, também segurança e supervisor de Jeferson, acredita que a vítima possa ter sido atingido por um chute no momento em que Cristiano era imobilizado. Parte da cena aparece numa fita gravada pelo circuito de tevê instalado na boate.

O golpe pode ter quebrado uma das costelas e perfurado o pulmão do segurança. A polícia aguarda o laudo necroscópico para o encerramento do inquérito. A versão de Christiano é a de que ele recebeu uma gravata no lado de fora da boate e tentou se desviar, ele nega a agressão.

O garçom que prestou depoimento e não quis conversar com a imprensa confirmou à polícia que sofreu uma situação constrangedora, na qual Christiano teria passado a mão em suas nádegas. Posteriormente seguranças pediram para que Christiano fosse ao caixa pagar a conta e se retirar do estabelecimento, momento em que teria começado a confusão.

De acordo com a delegada Daniela de Oliveira, a maior parte das agressões pode ter sido feita fora da casa noturna.

No inquérito policial, o acusado responde por lesão corporal seguida de morte, crime que pode motivar pena de 4 a 12 anos de prisão. Um pedido de liberdade provisória feita pela defesa foi indeferido pela justiça.

De acordo com Ronaldo, supervisor de Jeferson, todo o procedimento no bar foi correto, e a empresa que possui cerca de 150 seguranças está de acordo com todas as normas exigidas pela Polícia Federal.

Ainda segundo o supervisor, Jéferson que era segurança há 3 anos, possuía CNV (Carteira Nacional de Vigilante), após ter concluído o curso de formação que dura vinte dias.

Além dos depoimentos desta manhã, um policial militar, um segurança, um adolescente e três amigos do autor já foram ouvidos. Christiano é reincidente na prática de agressões. Em março de 2009, Cristiano foi acusado de lesão corporal dolosa por agredir violentamente um jovem e sem motivos aparentes.