O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, considerou nesta quinta-feira (20) que a morte do ex-ditador líbio Muammar Kadhafi foi um “assassinato” que constituiu mais um “desrespeito à vida”, e afirmou que seu ex-aliado será agora lembrado como um “mártir”.

“Lamentavelmente, foi confirmada a morte de Kadhafi. Assassinaram (o ex-líder líbio), é mais um desrespeito à vida”, comentou Chávez, que completou que o ex-ditador será a partir de agora considerado um “mártir” e um “grande lutador”, em declarações a jornalistas na cidade de La Grita, nos andes venezuelano.

“Lembraremos de Kadhafi durante toda a vida como um grande lutador, um revolucionário e um mártir”, completou o presidente, que manifestou permanentemente seu apoio a Kadhafi, desde o início da revolta na Líbia, há oito meses.

O ex-ditador líbio Muammar Kadhafi morreu nesta quinta-feira (20) vítima de um tiro na cabeça durante um tiroteio entre seus combatentes e homens fiéis ao novo governo, pouco após sua captura, segundo autoridades do Conselho Nacional de Transição (CNT), o governo provisório da Líbia.

O presidente venezuelano considerava Kadhafi como um amigo, e pedia que ele resistisse às “agressões imperialistas” da Otan, que apoiou os rebeldes líbios desde o início do conflito em fevereiro passado. Segundo Chávez, a intenção das potências internacionais era se apoderar do petróleo líbio.

“Essa história na Líbia está apenas começando agora”, considerou Chávez, assegurando que “o império ianque (…) não poderá dominar este mundo”.

“O mais lamentável é que em seu emprenho por dominar o mundo, o império e seus aliados o estão incendiando”, completou o presidente.

A rebelião contra Kadhafi começou em fevereiro deste ano na cidade de Benghazi e colocou a Líbia em uma violenta guerra civil e em crise humanitária. Desde o fim de agosto Kadhafi estava desaparecido: ele foi derrubado do poder após a tomada da capital, Trípoli. Ele estava no comando do país há 42 anos.