O Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) lançou nesta semana uma linha de financiamento específica para a área de ciência, tecnologia e inovação. Um de seus objetivos é estimular a parceria entre universidades e empresas para a geração de inovações tecnológicas. O uso de fundos como o FCO e essas parcerias – visando ao desenvolvimento econômico da Região Centro-Oeste – foram discutidos nesta quinta-feira (22) durante seminário no Senado.

Chefe de gabinete da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Henrique Oliveira informou que há linhas de financiamento do FCO para os mais diversos setores da economia dos estados do Centro-Oeste e do Distrito Federal. Somente para o DF, disse Oliveira no início deste ano havia cerca de R$ 900 milhões à disposição para projetos no setor da indústria – que poderiam ser utilizados para investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Além do FCO, que tem foco nas empresas, Oliveira lembrou que haverá outra fonte de recursos: o Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), que poderá ser utilizado para estimular as inovações tecnológicas na região. Ele ressaltou que o FDCO visa financiar projetos do governo e que a previsão é de que esse fundo tenha R$ 4,8 bilhões à sua disposição no Orçamento da União para 2012. Desse valor, R$ 1,2 bilhão seriam reservados a Brasília e ao entorno da cidade.

Parques tecnológicos

Outro assunto abordado no seminário foi a implantação de parques tecnológicos, como o Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD), também conhecido como Cidade Digital, projetado para ser construído em Brasília. A expectativa é que esses parques, ao concentrarem em um mesmo local empresas e instituições de pesquisa, resultem em inovações tecnológicas, maior competitividade e mais empregos, entre outras consequências.

Para o professor Luís Afonso Bermúdez, diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da Universidade de Brasília (UnB), os parques tecnológicos são um possível caminho para desenvolver uma região, mas ele frisou “que, antes de ir para esses parques, é preciso criar massa crítica”. Essa tarefa seria cumprida, por exemplo, pelas incubadoras de empresas, argumentou o professor.

– Se a incubadora é como uma graduação, o parque tecnológico é como uma pós-graduação – comparou ele.

Demanda

Já Giuseppe Marrara, diretor de Assuntos Governamentais da Cisco do Brasil que representou o governo norte-americano no seminário, afirmou que “não é possível reproduzir um caso como o do Vale do Silício em qualquer cidade do mundo”.

– E muitas cidades do mundo estão tentando isso. É inocência. É preciso foco – argumentou.

Segundo Marrara, para que um parque tecnológico se viabilize é necessário atrair “uma massa crítica de empregados, empresas, capital de risco, serviços advocatícios e contábeis, ou seja, é preciso que haja todo um ecossistema de consumo, demanda e serviços”. Por isso, avalia ele, os países mais ricos desenvolvem apenas um ou dois polos tecnológicos.

Incubadoras

O seminário desta quinta-feira foi promovido pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática do Senado (CCT), a pedido do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que abriu a sessão. Também estiveram presentes os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Waldemir Moka (PMDB-MS).

Muitos dos participantes do seminário também estarão no 7º Encontro Regional de Incubadoras do Centro-Oeste, que acontece em Brasília nesta quinta-feira (22) e nesta sexta-feira (23).