As centrais sindicais esperam para amanhã (3) uma contrapoposta do governo federal para o valor do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda (IR). Nesta sexta-feira, governo e sindicatos se reúnem em São Paulo para a segunda rodada de negociações sobre o mínimo e a tabela do IR.

No primeiro encontro, as centrais apresentaram uma proposta de um salário mínimo de R$ 580 e aumento das faixas de recolhimento do Imposto de Renda em 6,45%. A expectativa dos sindicalistas é que o governo, que defende um mínimo de R$ 545 e não fez proposta oficial sobre a elevação nas faixas do IR, dê novo lance amanhã.

“A bola agora está com o governo. Já fizemos a nossa proposta. Jogamos os números com o PIB [Produto Interno Bruto] de 2010”, afirma o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.

Em 2007, governo e centrais sindicais acordaram que o reajuste do mínimo seria o valor da inflação somado à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Para 2011, a variação do PIB, pela regra, deveria ser a de 2009, que teve resultado negativo de 0,2%. Se o cálculo for feito dessa forma, o mínimo em 2011 atingiria R$ 543 e não traria ganho real para os trabalhadores.

Na última terça-feira (1º), a presidenta Dilma Rousseff anunciou, ao participar da abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, que enviará ao Legislativo uma proposta de política de longo prazo para o reajuste do salário mínimo. A ideia, segundo ela, é estabelecer regras estáveis para garantir que o salário mínimo recupere o poder de compra e seja compatível com a capacidade financeira do governo.

“Pelo que entendi da presidenta Dilma, ela quer continuar a política de recuperação de salário mínimo. E recuperação, para nós do movimento sindical, significa aumento real. A reposição é inflação, recuperação é aumento real”, disse o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Fernandes dos Santos Neto.

Na reunião de amanhã, que ocorrerá no escritório da Presidência de República em São Paulo, além das centrais sindicais, deverão participar os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Guido Mantega (Fazenda) e Carlos Lupi (Trabalho e Emprego).