Franqulin Dias Caetano, 65 anos, e Maria Fernandes dos Santos, 54 anos, arrumaram uma “dor de cabeça” depois que descobriram furto de energia elétrica praticado pelo vizinho ao lado, que é proprietário de uma oficina mecânica que, segundo o casal, fica em uma área ainda não regulamentada pelo poder público municipal.

O aposentado, que é hipertenso e renal crônico, procurou a reportagem para relatar o que ele classifica de drama diário vivido com a esposa há aproximadamente três anos, dos 20 em que mora na mesma casa. Tudo começou, segundo o casal, quando foi constatado pela Enersul que estava ocorrendo furto de energia para o quintal do vizinho. “Minha conta vinha sempre em torno de R$ 24,00 e teve um mês que veio R$ 432,00. Daí pedi para os técnicos fazerem uma vistoria pra ver o que estava acontecendo porque eu tinha certeza que tinha alguma coisa errada”, relata Franqulin.

Segundo o aposentado desde que o furto foi descoberto e o vizinho penalizado, começaram os problemas para o casal, que já tem uma verdadeira coleção de boletins de ocorrência por perturbação da tranquilidade, injúria, ameaça, perturbação do trabalho e sossego alheio, dano, difamação e até lesão corporal dolosa. “Passamos a ser xingados todas as vezes que saímos do nosso quintal. Além disso, todos os dias ele (vizinho) coloca som alto tanto de dia quanto a noite toda. Somos doentes, tomamos remédios e precisamos nesta etapa da vida pelo menos o respeito e o direito de descansar”, apela Maria Fernandes.

O casal já registrou queixa na Deops (Delegacia Especializada de Ordem Pública), já acionou a Polícia Militar, o Ministério Público Estadual e também a prefeitura pela falta de licença para funcionamento da oficina, o que já gerou várias interdições.

Franqulin relata, e guarda boletim de ocorrência sobre, que o vizinho já chegou a passar por cima de sua bicicleta com um veículo e a danificou. Em outra oportunidade jogou uma lata de cerveja em sua testa causando-lhe ferimento. Outra reclamação é que o vizinho possui um veículo “preparado” e faz manobras arriscadas (cavalos de pau) ao longo da rua em que moram, a Rua Guaicuru, no bairro Amapá, que fica na região do Jardim Colibri, área sul da Capital. “Ele põe os veículos da oficina bem na calçada e atrapalha a passagem dos pedestres”, também aponta.

O último episódio relatado pelo aposentado aconteceu no dia 16 de outubro, no período noturno, quando o vizinho colocou som em volume alto durante toda a noite. “Eu passei a noite toda ligando no 190 (PM) pedindo providências. Foram cinco registros feitos, inclusive me passaram protocolo de tudo, que só acabou as 7h da manhã do domingo”.

Questionado porque procurou a imprensa ao invés de outros meios como, por exemplo, a polícia, Franqulin diz que todos os meios que podia ter acionado já o fez. Agora sua intenção é trazer o fato ao conhecimento público, por meio da mídia, para ver se as desavenças com o vizinho acabam. “Chegamos ao ponto de não saber mais o que fazer. Só queremos o direito da tranquilidade, não ser importunado e que ele cuide da vida dele do lado de lá do muro sem nos agredir fisicamente ou verbalmente quando passarmos”, apela.