Alguns vereadores tentaram retardar a aprovação dizendo que o assunto mereceria mais debates; defensores do projeto disseram que prefeitura pensa no desenvolvimento da cidade

Os vereadores de Campo Grande aprovaram na sessão desta quinta-feira (10) um projeto de lei do poder executivo que autoriza o município a negociar por meios licitatórios 13 áreas na cidade, entre elas uma praça pública e quatro áreas verdes.

O plano de “alienação, desafetação e desdobramento de áreas públicas” foi aprovado por 14 votos a três. Vereadores contrários a ideia quiseram retardar a aprovação sob o argumento de que o assunto deveria ser tratado por mais tempo no parlamento.

Pedro Pedra (PDT) alegou que a documentação, como as matrículas das áreas, era antiga, de 1988, e ele pediu que os papéis fossem atualizados.

Os petistas Marcos Alex e Thaís Helena concordaram com Pedra. “A prefeitura está se tornando uma grande imobiliária”, protestou Alex. Os parlamentares tentaram obstruir a votação, mas viram que eram a minoria e isso nada mudaria o placar.

Entre as áreas que constam do projeto, estão: uma praça no bairro Nova Lima, área de equipamentos no conjunto Estrela Dalva, áreas verdes no bairro Tijuca e no Caiobá, e dois terrenos no Cabreúva.

O vereador Flávio César, líder do prefeito na Câmara, citou exemplos que, para ele, justificam a aprovação do projeto.

No bairro Cabreúva, por exemplo, perto da Orla Morena, existem dois imóveis que devem ser desafetados e de valores expressivos. Ele disse que a prefeitura tem tomado cuidados para atender os “interesses coletivos”.

No caso, ele acredita que na área pode ser construído futuramente um centro de convenções. Ele citou também uma área verde no bairro Tijuca, hoje ocupada por famílias sem-teto. César crê que com a aprovação do projeto, os invasores possam negociar a área e, com isso, legalizar suas moradias.

Já o vereador Airton Saraiva, do DEM, rebateu a crítica de Pedra acerca da pressa em aprovar o projeto. Segundo o parlamentar, a ideia do Executivo já havia sido examinada pela procuraria jurídica da Câmara no dia 23, um dia após o projeto dar entrada na Casa.