Câmara analisa projeto que proíbe laçada e derrubada de boi em rodeio

Laçadas e derrubadas de bois e bezerros em rodeios poderão ser proibidas. O deputado Ricardo Tripoli, do PSDB de São Paulo, apresentou, na Câmara, projeto de lei (PL 2086/11) que proíbe as perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animal em rodeios ou eventos parecidos. O projeto, que aguarda distribuição às comissões da Câmara, também […]

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Laçadas e derrubadas de bois e bezerros em rodeios poderão ser proibidas. O deputado Ricardo Tripoli, do PSDB de São Paulo, apresentou, na Câmara, projeto de lei (PL 2086/11) que proíbe as perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animal em rodeios ou eventos parecidos.

O projeto, que aguarda distribuição às comissões da Câmara, também define penalidades para quem não cumprir a determinação. De acordo com o texto, será considerado infrator o proprietário do local onde foram executadas as práticas contra os animais. Também será infrator o servidor ou a autoridade que conceder alvará ou licença para a realização do evento. A multa poderá atingir o valor de R$ 30 mil.

Ricardo Tripoli destaca fato que aconteceu na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, neste ano, quando um garrote, como é chamado o touro jovem, teve que ser abatido depois de uma prova chamada de “bulldogging”. Nessa prova, o peão desmonta de seu cavalo em pleno galope, atirando-se sobre a cabeça do garrote em movimento. O peão deve derrubar o animal, agarrando-o pelos chifres e torcendo seu pescoço. No caso de Barretos, o garrote teve que ser morto por causa de uma paralisia permanente provocada pelo peão, que lhe quebrou a coluna vertebral.

Outra iniciativa para proteger os animais vai ocorrer no dia 29 de setembro. Nessa data será lançada a Frente Parlamentar em Defesa dos Animais. O grupo já tem o apoio de 212 deputados, que vão defender diversas propostas, como explica o coordenador da frente, deputado Ricardo Izar, do PV de São Paulo:

“A nossa intenção principal é tratar da questão dos animais, mas não de forma separada, e sim como foi feita, por exemplo, a CLT nas questões trabalhistas. A gente queria fazer uma consolidação das leis em defesa dos animais. Estamos montando alguns grupos de trabalho que vão ser divididos por estados, para a gente tentar ver com a sociedade civil e com as ONGs os maiores interesses para a gente defender aqui dentro do Congresso Nacional”.

Ricardo Izar é favorável ao projeto que proíbe a derrubada e a lançada de bois em rodeios. O deputado comenta o caso do garrote que teve que ser abatido na Festa de Barretos deste ano:

“Eu acho que existem tipos de modalidades que não são agressivas aos animais. Mas, por exemplo, essa prova do ´bulldogging´ que foi feita com o bezerrinho lá – não é a primeira vez que acontece um episódio desse. É porque foi em Barretos e agora está sendo divulgado. Mas é uma prova em que, normalmente, o animal sai machucado. Para que um tipo de modalidade dessa? Tem outras modalidades lá tão bonitas. Não precisa fazer esse tipo de prova”.

Outra proposta que deve ser analisada pela frente parlamentar é o abate humanitário dos animais. O abate humanitário é o conjunto de procedimentos que garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural até o manejo no frigorífico.

A Frente Parlamentar em Defesa dos Animais também deverá discutir a caça ilegal em regiões de fronteira, o combate ao tráfico de animais silvestres e o uso de animais nos circos.

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