Brasileiros tentam deixar a Líbia pelo mar

Um grupo de 130 brasileiros – que estão na cidade de Benghazi, na Líbia, uma das que enfrentam protestos mais violentos no país – tentará deixar a Líbia por navio, caso não seja possível viajar em um avião fretado. Desde o final de semana, a Embaixada do Brasil na Líbia pede autorização para que o […]

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Um grupo de 130 brasileiros – que estão na cidade de Benghazi, na Líbia, uma das que enfrentam protestos mais violentos no país – tentará deixar a Líbia por navio, caso não seja possível viajar em um avião fretado. Desde o final de semana, a Embaixada do Brasil na Líbia pede autorização para que o avião pouse em Benghazi e retire os brasileiros, mas ainda não obteve resposta.

A possibilidade analisada pelo grupo é a saída por mar, pelo Porto de Benghazi, em direção a Malta ou à Itália. Segundo informações ainda não confirmadas, a pista do aeroporto da cidade teria sido danificada durante os protestos, prejudicando a possibilidade de saída por avião.

Parte dos brasileiros do grupo é de funcionários da empresa Queiroz Galvão, que tem contrato para seis projetos de obras de infraestrutura na região de Benghazi. No total, há cerca de 500 a 600 brasileiros na região. A embaixada brasileira garante que está acompanhando o grupo.

A Queiroz Galvão mantém as famílias de 50 brasileiros e também de empregados portugueses na casa do diretor da empresa para o Norte da África, Marcos Jordão. Há várias crianças no grupo. Os funcionários solteiros estão alojados em um hotel próximo.

“Estamos todos bem. Temos suprimentos para mais de cinco dias, mas esperamos uma definição para conseguirmos a retirada entre hoje e amanhã”, afirmou Jordão. Segundo ele, os planos de retirada estão sendo coordenados entre a empresa e as embaixadas do Brasil e de Portugal na Líbia.

“A ansiedade é grande, todo mundo aqui está com sua malinha pronta para ir embora”, afirmou Roberto Roche Moreira, que está na casa de Jordão em Benghazi com a mulher e dois filhos.

A filha mais velha de Moreira, Mariana, que vive no Rio de Janeiro, disse que espera do governo brasileiro um empenho maior na retirada dos brasileiros presos em Benghazi.

Roberto Moreira, porém, disse que todos na casa estão “bem e tranquilos” e que tanto a Queiroz Galvão como as embaixadas do Brasil e de Portugal estão empenhadas em conseguir a retirada dos funcionários da empresa. “O problema maior é de logística, saber quem vai liberar nossa saída”, afirmou.

“Queremos sair o mais rápido possível, mas temos que sair com segurança, com a certeza de que não vamos enfrentar nenhum perigo pelo caminho. Aqui está todo mundo bem, todo mundo tranquilo, mas não vamos nos arriscar.”

A cidade de Benghazi, segunda maior do país, é o principal foco das manifestações contra o governo do presidente líbio, Muammar Khadafi, no poder há mais de quatro décadas. Muitas pessoas morreram em consequência da repressão aos protestos no fim de semana. Grupos opositores tomaram o poder na cidade.

Os serviços telefônicos também estão prejudicados. Os brasileiros contam que recebem ligações, mas não conseguem ligar para fora. A Queiroz Galvão é a única empresa brasileira instalada na região de Benghazi. Outras três companhias do país – Petrobras, Odebrecht e Andrade Gutierrez – mantêm escritórios e funcionários na capital do país, Trípoli.

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