Brasileiros denunciam agressão e trabalho escravo em fazenda na Bolívia
Dois brasileiros, José Carlos dos Santos, 52 anos, e João Carlos Maciel, 33 anos, foram encaminhados ao Albergue Municipal de Corumbá, após terem sido deportados da Bolívia, onde trabalhavam em uma fazenda. Os brasileiros relataram que há três meses foram contratados por um boliviano, que em Tocantins (estado de origem de ambos), ofereceu serviços para […]
Dois brasileiros, José Carlos dos Santos, 52 anos, e João Carlos Maciel, 33 anos, foram encaminhados ao Albergue Municipal de Corumbá, após terem sido deportados da Bolívia, onde trabalhavam em uma fazenda. Os brasileiros relataram que há três meses foram contratados por um boliviano, que em Tocantins (estado de origem de ambos), ofereceu serviços para a abertura de terras para o alagamento de uma fazenda. No período em que trabalharam, eles afirmam que receberam boa alimentação e roupas, porém, no término do serviço, acabaram presos e espancados pela polícia boliviana. O motivo teria sido por não possuírem nenhuma documentação de permissão para que morassem e trabalhassem na Bolívia.
“Esta foi a primeira vez que trabalho fora do Brasil, aliás, primeira e última vez. Só aceitei o serviço porque um homem, o boliviano que nos contratou, era um conhecido de minha cidade. Eu confiava nele e durante todo o tempo que permanecemos na Bolívia, em trabalho, fomos bem tratados. Fomos contratados para realizar a limpeza de uma terra ao lado de uma fazendo chamada São Lourenço, isso em viagem dá um dia de distância da fronteira da Bolívia com o Brasil. O dono da fazenda foi quem nos contratou para fazer a limpeza do local, pois ele estava agregando terras vizinhas ao lote dele. Mas o que foi uma promessa de emprego acabou em trabalho escravo”, relatou José Carlos dos Santos, 52 anos.
Os brasileiros explicaram que, por confiar no fazendeiro, não retiraram nenhuma documentação que permitisse a estadia e os serviços na Bolívia. Por isso, acabaram presos, humilhados e deportados para o Brasil. “O problema começou no domingo passado, quando terminamos de limpar o local e o acerto teria que ser feito à tarde. A polícia já chegou ordenando que descêssemos das máquinas de escavadeira e depois, nos agrediram, disseram que estávamos roubando, fomos jogados em uma cela com os outros bandidos, onde apanhamos novamente. Foi muita agressão e sem motivos. Fomos retirados da fazenda sem direito a nada, não tivemos o direito de pegar nossos documentos, nossas roupas, não pegamos nada. Ficamos lá até segunda-feira (24 de outubro); na terça-feira fomos deportados para o Brasil, entregues à Polícia Federal e depois, contamos com a ajuda de populares até conseguirmos encontrar a Secretaria de Assistência Social de Corumbá, que nos prestou ajuda e nos encaminhou ao Albergue. O nosso problema maior é que por acreditarmos no fazendeiro que nos contratou, não retiramos nenhuma permissão de moradia e trabalho no país”, relatou ao Diário João Carlos Maciel.
De acordo com a dupla, os serviços de manutenção em fazendas são muito procurados tanto no Brasil quanto na Bolívia e ambos aceitaram ir para outro país, por ser uma contratação de costume e um serviço ao qual já estão acostumados: ficar meses fora de casa trabalhando em fazendas com limpeza de campo e colocação de cercas.
“Trabalho com maquinários para serviço em fazendas, como escavadeira e pá carregadeira, há mais de 15 anos. Já fui para Mato Grosso, São Paulo e várias cidades destes Estados realizar serviços e sempre tive boas condições de trabalho. Nunca fomos humilhados ou maltratados em nenhum lugar. Queremos Justiça, que o governo brasileiro tome alguma iniciativa, pois o que fizeram conosco é algo horrível, trabalhamos e depois que não precisavam mais do nosso esforço, nos agrediram e nos humilharam. Que isso sirva de alerta para os demais brasileiros que sonham em conseguir algo fora do país, que pensem bem, que tenham certeza do lugar para onde vão, das condições em que vão ser feitos os serviços. No nosso caso, confiamos demais no fazendeiro boliviano, ficamos deslumbrados em ganhar sete dólares por hora. Isso daria mais de quatro mil dólares (a R$ 1,76 correspondem a mais de sete mil reais) ao final de todo o serviço. O dinheiro serviria para terminar minha casa, arrumar a vida da minha família, mas infelizmente, só encontramos humilhação, desgosto e escravidão. Não faço mais questão do dinheiro, queremos apenas voltar para nossa casa”, relatou João Carlos.
Segundo caso no ano
Os trabalhadores foram encaminhados à Secretaria de Assistência Social, onde receberam os primeiros atendimentos. No local, eles foram informados que esta não é a primeira situação de trabalho escravo vivenciada por brasileiros na Bolívia, este ano.
“É o segundo caso que registramos de brasileiros que trabalharam na Bolívia e foram deportados após o término do trabalho e a questão principal, não receberam pelo serviço prestado. O primeiro caso aconteceu no começo do ano. A diferença é que no primeiro, também tendo como vítimas dois homens, eles foram retirados da Bolívia, deportados, mas sem violência e também sem nenhuma documentação. Já neste caso, a situação é mais grave, pois eles sofreram agressões. Agora, a secretaria irá encaminhá-los ao Albergue Municipal, onde receberão alimentos e roupas. Em seguida vamos ver toda a questão burocrática, como registro de boletim de ocorrência na Polícia Civil, informar as famílias que eles estão bem e viabilizar passagens para que voltem para casa, já que é isso o que eles querem. Que isso sirva de alerta, que os trabalhadores brasileiros evitem realizar esse tipo de serviço, sem garantia, sem conhecimento, para não serem também vítimas dessas práticas”, alertou a gerente de programas e projetos da Secretaria Executiva de Assistência Social de Corumbá, Adelma Galeano.
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