Uma jovem brasileira disse que foi vítima de preconceito por suspeita de ter contraído sarna enquanto trabalhava num cruzeiro na Itália. O pesadelo foi relatado e filmado pela camareira Marcela Martinho, que também afirmou ter sofrido abandono no país estranegeiro. Até sexta-feira (29), ela era funcionária de uma empresa de viagens italiana, a MSC Cruzeiro.

Marcela contou que estava a bordo do navio Harmonia, em Trieste, quando a vigilância sanitária italiana identificou um surto de sarna. Segundo ela, 23 tripulantes com suspeita da doença – a maioria brasileiros – foram levados para um hospital público.

A camareira afirmou que ela e os outros funcionários foram abandonados no hospital pela empresa: “Não recebemos comida do hospital. Nós tínhamos nove meninas deitadas em colchões no chão. O chão estava sujo de sangue. Existia também lixo hospitalar. E não tínhamos toalha, não tínhamos nenhum objeto para a nova higiene pessoal”, disse Marcela.

De acordo com a jovem, foram mais de 24 horas de confinamento dentro do hospital, com apenas uma refeição. Ela afirmou que passou uma noite inteira num quarto sem camas, dividindo espaço com lixo. Depois de um dia de internação, 19 tripulantes tiveram alta. No entanto, segundo Marcela, a MSC não foi buscá-los na unidade.