O Brasil vai enviar uma nova missão a Sendai, uma das cidades japonesas mais afetadas pelo terremoto seguido de tsunami na última sexta-feira (11), para buscar mais nacionais e transportá-los a Saitama, que fica na Província de mesmo nome e é uma cidade próxima a Tóquio. A informação é do Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores).

A missão consiste em dois ônibus, com 48 lugares cada um, um caminhão para bagagem, e uma van com comida, informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (conhecido como Itamaraty). Participam da missão o empresário Walter Saito, a diplomata Marcela Braga e um funcionário do consulado. O comboio deve partir na noite desta sexta-feira (18), com data prevista para chegar a Sendai na manhã do próximo sábado (19) e estar de volta em Saitama ainda no sábado.

O Itamaraty não informou quantos brasileiros devem ser retirados da região, apenas que a missão vai comunicar a comunidade e aguardos todos chegarem. O órgão informou que, antes do desastre que atingiu o país, havia 187 brasileiros na Província de Miyagi, onde fica Sendai.

Muitos já deixaram o local por contra própria, informou o ministério. Alguns brasileiros conseguiram mesmo retornar para o país e narram os momentos difíceis pelos quais passaram.

Em Sendai falta comida, água e o ministério recomendou a saída de nacionais da região. Há relatos de desespero de brasileiros para sair de áreas atingidas pelo tremor e o tsunami.

País não descarta enviar missão para região de “risco nuclear”

O Itamaraty ainda informou que não descarta a hipótese de realizar uma terceira missão, mas desta vez para a região de Fukushima. O ato ainda não foi realizado porque, segundo o ministério, ainda não há relatos de brasileiros na área e se considera arriscado enviar ajuda ante a incerteza se alguém realmente a necessita.

A usina nuclear de Fukushima registrou explosões e vazamento de material radioativo. O governo tenta esfriar os reatores até mesmo com água do mar lançada por helicópteros, mas não apresentou bons resultados no momento. Em um raio de 20 km do reator todas as pessoas foram retiradas, enquanto as que ficam até a 30 km receberam a recomendação de ficar em casa.

Os Estados Unidos, por outro lado, recomendaram que seus cidadãos saíssem da região em um raio de 80 km em um momento no qual cresce a inquietação sobre a transparência das informações prestadas pelo Japão. A China, especificamente, pediu mais dados sobre o que ocorre em Fukushima.

Companhias aéreas aumentaram voos para o Japão em virtude da vontade de muitos estrangeiros de deixar o país. A França, por exemplo, chegou a recomendar que seus cidadãos deixem o Japão.

Já o Brasil informou que não há no momento uma intenção de enviar um avião para resgatar nacionais. A comunidade brasileira no Japão conta com 254 mil registrados e nas áreas afetadas esse número era de 777 antes de desastre, de acordo com o Itamaraty, que também informou que a maioria já conseguiu deixar a região por conta própria.

Apesar de não tão afetada pelo desastre, Ibaraki vai receber um consulado itinerante, ainda segundo o Itamaraty. A região conta com 10.200 brasileiros e o consulado vai agilizar processos como emissão de passaporte e certidões.

O governo brasileiro também deve providenciar um alojamento em Saitama para quem for recolhido, mas as informações oficiais são de que a maioria dos brasileiros já conseguiu hospedagem na casa de amigos, parentes ou pagou hotel por conta própria.