O Governo Brasileiro reabriu a importação de carne bovina do Paraguai nesta sexta-feira (2). A cidade sul-mato-grossense de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, é o único ponto autorizado pelo Mapa (Ministério da , Pecuária e Abastecimento) para entrada de carne maturada e desossada.

Com a medida do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, uma série de restrições para o embarque foi implantada. Uma missão brasileira esteve no Paraguai após a confirmação de um surto da febre aftosa no país para avaliar as condições de retomada das compras.

Na prática, os pedidos de compra e licenças de importação já podem ser solicitados a partir de segunda-feira (5). De acordo com o MAPA, a carne de fazendas paraguaias só poderá ser importada por estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal brasileiro, provenientes de frigoríficos habilitados, e com certificado sanitário internacional.

Segundo o secretario substituto de Defesa Agropecuária do Mapa, Ênio Marques, a decisão foi tomada por falta de motivos técnicos para manter a importação suspensa. “Não faz sentido não poder importar”, explica.

Entre os meses de janeiro e setembro deste ano, o Brasil importou o equivalente a US$ 31,4 milhões de dólares em carnes desossadas, frescas ou refrigeradas do Paraguai, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC).

Exigências

O Mapa determinou que as carnes compradas devem comprovadamente ser de bovinos nascidos e criados no Paraguai, em áreas que façam parte do programa nacional de controle da febre aftosa e que não tenham registro de nenhum foco de aftosa nos 60 dias anteriores ao abate. As carcaças, antes da desossa, também devem passar pela maturação sanitária em temperatura superior a 2 graus Celsius durante, no mínimo, 24 horas após abatidas.

Para sair do Paraguai e entrar no Brasil, sempre por Ponta Porã, a carga deve ser lacrada por autoridade competente e o número do lacre inscrito nos documentos oficiais que acompanham a remessa.

A entrada de animais vivos continua restrita. “Se o preço cair, pode ocorrer a entrada de bezerros, aí vamos avaliar os riscos”, acrescenta. Em Mato Grosso do Sul, uma das preocupações do setor é justamente o trânsto de animais vivos entre terras brasileiras e paraguaias. Com a extensa fronteira seca e inúmeros produtores com propriedades dos dois lados, é comum boiadas inteiras serem transportadas internacionalmente sem nenhum controle.