Os incidentes em Yucumo provocaram a renúncia da ministra da Defesa, Cecilia Chacón, indignada com a ação da polícia, e, posteriormente, do ministro do Interior, Sacha Llorenti, por suposta negligência.

Pouco antes de entregar o cargo, Llorenti havia afirmado que as ordens para a intervenção policial tinham sido dadas pelo vice-ministro do Interior, Marcos Farfán, que também pediu demissão – porém, negando as acusações do governo.

Na terça-feira, ao empossar os novos ministros do Interior e da Defesa, Wilfredo Chávez e Rubén Saavedra, o presidente acusou os meios de comunicação de mentir e utilizar o incidente policial para minar o governo. “Já disse isso e não tenho medo de repetir: a maior oposição a Evo Morales são os meios de comunicação, mas vamos lutar esta batalha, da verdade contra a falsidade”.

Os indígenas prometeram oficialmente em uma manifestação na quarta-feira iniciada na localidade de Rurrenabaque, no norte do país, a retomada da marcha, porém sem ainda dizer ao certo o dia em que ela terá início.

“Viva a histórica marcha pelo TIPNIS, a marcha continua”, disse uma resolução de cerca de 200 indígenas presentes em uma assembleia, e lida pela dirigente Mariana Guasanía.

Morales enfrentava até agora uma dura oposição de setores conservadores, especialmente do leste do país. Essa é a primeira vez que a resistência ao seu governo parte de grupos indígenas.