Nesta segunda-feira (14), o site Valor Econômico divulgou através de seu site que o grupo Bertin está com dívidas que somam R$ 405 milhões, que deveriam ter sido depositados junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), como uma compensação pelo fato de a empresa ter atrasado a entrada em operação de nove usinas termelétricas.

Além disso, a matéria diz que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (), não aceitou as garantias oferecidas pelo grupo para obter um financiamento de longo prazo para a construção de uma usina hidrelétrica.

O Midiamax entrou em contato com a assessoria do grupo, em São Paulo, que informou ser apenas especulação de mercados as denúncias de dívidas. O assessor ainda disse que o grupo não publicou nenhuma nota oficial sobre o assunto.

Confira a matéria completa do site Valor Online abaixo

Por causa das várias licitações que venceu desde 2008 para construir usinas geradoras de energia e rodovias, o grupo Bertin assumiu compromissos de investir mais de R$ 15 bilhões nos próximos três anos. Numa primeira fase, neste início do ano, a companhia – que começou como frigorífico mas hoje está voltado para infraestrutura – teria que depositar cerca de R$ 800 milhões como garantia de execução dos projetos. Mas o grupo já está inadimplente em aproximadamente R$ 405 milhões, que deveriam ter sido depositados junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) como uma compensação pelo fato de a empresa ter atrasado a entrada em operação de nove usinas termelétricas.

Algumas medidas para contornar o problema do atraso no depósito das garantias estão sendo estudadas pela empresa e por órgãos governamentais. Em vez de fazer um dos depósitos, no valor de R$ 155 milhões, o Bertin poderia usar um contrato de energia fechado no ano passado com a Chesf, mas também neste caso a empresa privada está inadimplente junto à subsidiária da Eletrobras. A companhia ainda pede uma prorrogação do cronograma oficial de outras seis usinas, pelas quais deveria ter depositado R$ 250 milhões na quarta-feira. Consultados sobre os atrasos, o grupo Bertin e a CCEE preferiram não se pronunciar.

As complicações vão além. O BNDES não aceitou as garantias oferecidas pelo grupo para obter um financiamento de longo prazo na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, na qual o Bertin detém participação de 10% por meio da Gaia Energia e a Contern Construtora. O grupo ainda busca financiar suas térmicas no BNDES. Só em capital próprio, o Bertin vai precisar de quase R$ 4,5 bilhões para injetar nas 20 usinas termelétricas que foram licitadas em 2008, no trecho sul-leste do Rodoanel que venceu no ano passado com deságio de 60% e na hidrelétrica de Belo Monte. Havia planos, ainda, de a construtora do grupo disputar o trem de alta velocidade.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) teve o primeiro sinal de que o Bertin teria problema para cumprir prazos ainda em 2008, quando por conta da crise financeira internacional o grupo (que na época era sócio da Equipav) atrasou o depósito das garantias para cumprir o edital de licitação. Naquele mesmo ano, porém, o Bertin se capitalizou com a venda de seu frigorífico para o JBS. Neste negócio, JBS e Bertin se associaram em uma holding que detém pouco mais de 53% do capital do JBS. Na holding, o Bertin é dono de 48% das ações. O JBS faturou até setembro, em 12 meses, R$ 48 bilhões, e teve um lucro líquido de R$ 364 milhões. Em valor de mercado, o frigorífico vale R$ 14 bilhões.