O Banco Central vai continuar atuando no mercado futuro de dólar enquanto ele entender que as condições de liquidez assim exigirem, segundo o diretor de Política Monetária da autoridade monetária, Aldo Mendes.

Ele também disse que a retomada das atuações, agora na ponta de venda de moeda americana, acontece dentro da lógica de ação da autoridade monetária. Da mesma forma que o BC foi às compras tanto no mercado à vista quanto futuro (via swap cambial reverso, que funciona como uma compra de dólares no mercado futuro) quando a situação exigia, passa agora a atuar na ponta contrária.

“É o papel que o BC tem de desempenhar, de ajustar a liquidez, de deixar a liquidez em parâmetros adequados”, diz o diretor.

A persistente alta do dólar levou o BC realizar, nesta quinta, uma oferta de contratos de “swap cambial” tradicionais – que equivalem à venda de divisas no mercado futuro. Do valor de até US$ 5,6 bilhões da oferta em contratos de “swap”, US$ 2,71 bilhões (cerca de metade da oferta), foram vendidos pelo BC. Após o fim do leilão, o dólar diminuiu sua alta.

Em comunicado em que informou o resultado da operação, o BC também afirmou que “poderá voltar a atuar, a qualquer momento, de modo a assegurar condições apropriadas de liquidez nos mercados de câmbio”.

Este tipo de operação, que tende a amenizar as pressões de subida do dólar no mercado à vista, não era realizado desde 26 de junho de 2009, quando o Brasil ainda sentia os impactos da primeira etapa da crise financeira internacional.

Os “swaps cambiais” são contratos entre o Banco Central e instituições financeiras no mercado futuro, negociados via BM&FBovespa, nos quais a autoridade monetária é vendedora de dólar a uma determinada taxa pré-estabelecida. Nesta quarta-feira, a autoridade monetária já havia informado que deixaria de rolar vencimentos de contratos de “swap cambial reverso”.

Mendes também ressaltou que não há problemas no mercado físico de câmbio. Ou seja, não se vê escassez de moeda ou mesmo uma fuga de recursos do país. No entanto, no momento em que tal atuação no mercado físico de dólar se mostrar necessária, ela certamente será feita, enfatizou o diretor de autoridade monetária.