O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, criticou hoje (26) a atuação do Banco Central (BC) na busca de evitar uma valorização excessiva do dólar. Ele acredita que a autoridade monetária tenha demorado para tomar medidas que atenuassem a oscilação cambial, tais como a venda de dólares no mercado futuro. Steinbruch, que também é vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), participa do 8º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

 “Acho que o Brasil [de agora] é diferente daquele de antigamente. Acumulamos muito dólar. Temos uma reserva expressiva que dá credibilidade para o Brasil, hoje. Mas o Brasil não pode ficar sujeito ou refém da manipulação ou da especulação. Quando [o dólar] subiu muito, tinha que ter uma venda imediata para mostrar ao mercado que se vai peitar qualquer tipo de especulação”, disse. Apesar da crítica, Steinbruch fez elogios ao presidente do BC, Alexandre Tombini, na condução da política monetária. “Ele está no caminho certo, mas precisa ficar atento a essas explosões momentâneas”, alertou.

Segundo Steinbruch, a oscilação cambial não deve causar muitos problemas às empresas brasileiras que têm dívidas em dólar, já que a maioria delas está protegida por hedge, operação usada para proteger o valor de um ativo das oscilações do mercado. Ele disse que a própria CSN está protegida por operações do tipo. “Não existe esse problema.” “Esse dólar no patamar de R$ 2 é ótimo para exportar.

O problema é ele sair de R$ 1,50 e pouco para R$ 2 de uma tacada só, o que pode causar desequilíbrios que não são desejados”, destacou. Para ele, o nível ideal do real ante o dólar está localizado entre R$ 1,50 e R$ 2. “Acho que o dólar vai voltar, não vai ficar no patamar em que está, e vai buscar um novo equilíbrio”, estimou.