Barco tinha rachadura em peça que auxilia na flutuação, diz Marinha

O comandante da Marinha Rogério Leite, da Delegacia Fluvial de Brasília, disse na tarde desta segunda-feira (23) que mergulhadores da Polícia Civil encontraram uma rachadura em um dos tubulões na parte de baixo do barco que afundou no Lago Paranoá na noite deste domingo (22). Tubulões são estruturas cilíndricas e ocas que auxiliam na flutuação […]

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O comandante da Marinha Rogério Leite, da Delegacia Fluvial de Brasília, disse na tarde desta segunda-feira (23) que mergulhadores da Polícia Civil encontraram uma rachadura em um dos tubulões na parte de baixo do barco que afundou no Lago Paranoá na noite deste domingo (22). Tubulões são estruturas cilíndricas e ocas que auxiliam na flutuação dos barcos.

Leite não informou o tamanho da rachadura nem disse se ela pode ser apontada como a causa do acidente. Ele disse ainda que não sabe quantos tubulões o barco tinha. Segundo ele, o piloto do barco que naufragou poderia nem saber se havia a rachadura na estrutura, uma vez que ela fica submersa.

Na hora do acidente, quatro homens da Marinha eram responsáveis pela fiscalização das embarcações no lago. Leite disse que o número era suficiente para a fiscalização e estava dentro da média de servidores usados pela Marinha para a tarefa. “O trabalho de fiscalização é aleatório, não podemos estar em todos os barcos ao mesmo tempo”, disse o comandante.

O barco naufragado está a uma profundidade de 17 metros. A visibilidade no local, segundo a major Vanessa Signale, do Corpo de Bombeiros, é de cerca de um metro. De acordo com a major, o solo do lago na região onde está o barco é poroso e tem restos de construção e galhos de árvores.

Ela disse que a retirada do barco do fundo do lago só será feita após todos os desaparecidos forem encontrados. Ao menos sete pessoas estão desaparecidas. Até as 17h10, duas mortes haviam sido confirmadas – a da irmã da empresária que promovia a festa e a de um bebê de sete meses de idade.

3º frota do país

De acordo com o comandante Leite, Brasília tem  28 mil embarcações de esporte e recreio, a terceira frota do país para a categoria, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Esse total engloba embarcações do estado de Goiás. “Cerca de 1.600 e 2.000 embarcações utilizam prioritariamente o Lago Paranoá”, afirmou o comandante.

Com capacidade para 92 pessoas, o barco Imagination embarcou ontem por volta das 19h no Setor de Clubes Sul de Brasília. O número exato de pessoas que estavam na embarcação na hora do acidente é incerto, mas a Marinha afirma que há indícios claros de superlotação.

Até às 17h30 desta segunda-feira, os bombeiros resgataram 95 pessoas, sendo que duas morreram. Segundo os bombeiros, pelo menos sete pessoas ainda estão desaparecidas. “O excesso de pessoas pode ter contribuído, mas pode não ter sido determinante no naufrágio”, disse o comandante Leite.

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