O banco central do Japão voltou a prover liquidez ao sistema bancário nesta terça-feira, elevando o montante já oferecido a um volume recorde de dinheiro para assegurar que as instituições financeiras tenham liquidez suficiente para lidar com a disparada da demanda monetária após o e para conter a alta do iene, que a economia.

O balanço em conta corrente do Banco do Japão (BoJ, banco central) – os recursos que as instituições financeiras mantêm depositadas no banco central e que podem usar para empréstimos e outras necessidades – aumentará para 41,72 trilhões de ienes (US$ 515 bilhões) como resultado das injeções de liquidez no sistema feitas nesta manhã.

Esse montante é muito superior aos 32,70 trilhões de ienes (US$ 514,808 bi) da última sexta-feira e ao recorde anterior, de 31 de março de 2004, quando atingiu 36,36 trilhões de ienes. Ontem, os bancos ficaram fechados devido a um feriado.

O aumento da liquidez nesta terça-feira veio do pagamento pelo governo aos bancos de 8 trilhões de ienes em bônus do governo japonês que venciam hoje. O BoJ não esterilizou a infusão desse dinheiro extra, como normalmente faria. Também, pela manhã, o BoJ ofereceu 2 trilhões de ienes em recursos overnight, em operação no mercado primário, recebendo demanda para 130 bilhões de ienes. No começo do dia, antes da injeção de recursos, a taxa de juro no overnight superou novamente a meta do BoJ, atingindo 0,11%. Depois caiu para cerca de 0,06% a 0,08% à tarde.

A operação de socorro marca um esforço extraordinário para tentar manter o sistema financeiro em equilíbrio num momento em que a economia do país experimenta severos constrangimentos decorrentes do terremoto de 11 de março.

O BOJ vem aumentando seu socorro quantitativo com velocidade ainda maior para estancar a deterioração no sentimento corporativo e ajudar a impedir a apreciação do iene, que pode golpear a economia japonesa, dependente de exportações. A moeda disparou para uma alta recorde contra o dólar na última quinta-feira, diante da expectativa de repatriação de recursos, antes de uma intervenção no mercado de câmbio pelo Japão e outros países do G-7 (grupo dos 7 países mais ricos do mundo). A intervenção levou a moeda norte-americana de volta para o nível acima dos 80 ienes.