A Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, realiza nesta segunda-feira (2), das 8 às 12 horas, no auditório da Assembleia Legislativa, uma audiência pública com o tema: “As Mulheres e o Tabagismo”. A proposta da SES é de implementar as ações da Política da Mulher e o Tabagismo (gênero e tabaco) no Estado.

Participam da audiência, a secretária de Estado de Saúde, Beatriz Figueiredo Dobashi; a representante do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Cristina Perez; a representante da Aliança do Controle do Tabagismo, Paula Johns; a médica pneumologista da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande e do Hospital São Julião, Ângela Dias Queiroz; a deputada estadual Dione Hashioka e o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Paulo Siufi.

Dia sem Tabaco

No dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial sem Tabaco. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, é um momento importante em que a sociedade é convidada a refletir e a discutir prioridades em políticas públicas relativas à prevenção e tratamento do tabagismo e seus fatores de risco para a saúde, incluindo as estratégicas de abordagens, sensibilização, mobilização em massa e os pontos focais de enfrentamento e controle do tabagismo e das principais causas de adoecimento e morte.

A SES informa que, no Brasil, o tabaco é considerado questão de saúde pública, a segunda droga mais consumida entre os jovens, seja pelas facilidades na aquisição, preço do produto, influência e resultado do investimento em marketing que associa o tabaco ao glamour, sedução, poder, beleza, sucesso, dentre outros.

Segundo a Coordenadoria Estadual de Atenção Básica, da área técnica e Gerência de Prevenção Primária de Câncer/Tabagismo, da SES, as pesquisas demonstram que cada vez mais o tabagismo atinge a saúde da mulher -que a cada dia fuma mais – de forma abrangente e profunda, em todas as suas fases. A SES informa que é na adolescência em que geralmente se inicia o tabagismo, na vida adulta e reprodutiva, na maturidade e também na terceira idade, comprometendo a qualidade e a duração da vida.

Pesquisa

O Ministério da Saúde, desde 2006, realiza, em parceria com o Núcleo de Pesquisa em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), a pesquisa:”Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas Por inquérito telefônico (Vigitel)”, para verificar a prevalência do tabagismo na população.

Segundo a SES, os dados da pesquisa na capital de Mato Grosso do Sul apontam que ocorreu uma queda de 2,9% na série histórica 2008 (18.8%) a 2010 (15.9%).

A Coordenadoria Estadual de Atenção Básica informa que esses resultados positivos podem ser atribuídos às ações de desestímulos ao consumo, como a proibição de propagandas de cigarro, e também à implantação, na rede pública, de política de prevenção e promoção e a abordagem e tratamento do fumante.

Rede Feminina

A Coordenadoria Estadual de Atenção Básica também informa que, em 2009, a Secretaria Executiva da Rede Feminista de Saúde realizou uma pesquisa sobre o assunto, com apoio da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) e da Universidade Federal Rio Grande do Sul (UFRGS).

O público alvo contou com a participação das filiadas da Rede Feminista de Saúde de todo o Brasil. Também participaram da referida pesquisa 13 Estados e o Distrito Federal, dentre eles Mato Grosso do Sul, totalizando 246 mulheres entrevistadas, sendo 7% da região Norte, 11% do Nordeste, 29% do Sudeste, 32% do Sul e 21% do Centro-Oeste.

Dentre as entrevistadas, 43,6% possuem escolaridade de nível superior, 36,9% com pós-graduação, o que perfez uma amostra de 80% das entrevistadas, 50% dos profissionais na área de Ciências Humanas. Quanto à idade, observa-se que 60% têm idade inferior a 45 anos, sendo que 51% dos entrevistados são fumantes e ex-fumantes, e 68% começaram a fumar antes dos 18 anos de idade. Quando questionadas sobre a razão de as mulheres brasileiras fumarem, apontaram até três razões por ordem de importância: 41% responderam para “aliviar a ansiedade, stresse e depressão”, 23% “aliviar as tensões do trabalho e casa” e 21% “dependência/adição”.

Também chamam atenção os percentuais encontrados para a questão relacionada ao marketing, sendo que 30,3% das entrevistadas responderam que “a propaganda de cigarros não as atinge”, 27,4% “fumar = independência”, 20,6% “fumar é prazeroso”, 10,3%, “fumar é sexy”, 8%, “fumar é uma opção individual” e 3,4%, “fumar é um direito de igualdade”.

De acordo com a SES, a prevenção ao tabagismo, cessação da dependência/adição física, psíquica e emocional em relação à redução do risco e do dano com a diminuição do número de cigarros ao dia, expressa a angústia de muitas mulheres que fumam e não conseguem parar de fumar.

Segundo a SES, é regra geral no País que todas as pesquisas realizadas sobre o Tabagismo evidenciam o grau de complexidade do tabagismo como hábito social arraigado em raízes culturais e de grave impacto na saúde individual e coletiva.

Programação da audiência

8h30 Composição da mesa.

9h00 às 9h30 – Palestra: Tabagismo, com a dra. Ângela Dias Queiroz (Médica Pneumologista).

9h30 às 10h00 – Palestra: Mulheres e o Tabagismo – Uma nova questão na Agenda Feminista, com a coordenadora da Aliança de Controle do Tabagismo( ACTbr), Paula Johns.

10h00 às 10h30 – Palestra da secretária executiva da Comissão Nacional para Implantação da Convenção, Cristina Perez.

10h30 – Debate

11h00 – Coquetel de Encerramento.