O ex- de Dourados Ari Artuzi tem segunda audiência de instrução e julgamento nesta quinta-feira (20), a partir das 13h no Fórum de Dourados. Artuzi vai a julgamento com a acusação de racismo. A Promotoria de Justiça pede e pagamento de indenização no valor de R$ 300 mil pelo crime de racismo. O suposto crime aconteceu no dia 14 de agosto do ano passado, durante entrevista ao Programa “Hora da Verdade”, da rádio Grande FM.

Na ocasião o denunciado teria dito em entrevista a seguinte frase: “Nóis temu fazenu serviço de genti branca; serviço de genti”. O ex-prefeito teria dito isso quando o radialista questionava sobre problemas enfrentados na administração pública em relação a obras de recapeamento asfáltico. Assim que Artuzi proferiu a frase, diversos ouvintes teriam ligado tanto para a própria rádio quanto para o Ministério Público Estadual.

Segundo a promotoria Artuzi “praticou e incitou o racismo, ofendendo a honra subjetiva dos afrodescendentes”. Para o promotor João Linhares cabia a Artuzi na qualidade de gestor público ‘almejar a inclusão e não a segregação social/racial’ e que ‘com seu comportamento reprovável’, Ari ‘vulnerou profundamente os princípios mais elevados e sacros que se encontram inseridos na Carta da República’.

Conforme a Promotoria, o denunciado, através do rádio conferiu a falsa idéia de que o trabalho só pode ser considerado bom, adequado e eficiente quando efetuado por pessoa de pele branca. O promotor alegou ainda que o acusado não é novo ao mundo do crime, uma vez que responde a vários processos criminais e por atos de improbidade administrativa.

Na primeira audiência, que aconteceu no dia 12 de setembro deste ano, foram ouvidas três testemunhas de acusação e duas de defesa. Na ocasião, o ex-prefeito de Dourados, chegou a dizer que a ação seria uma perseguição política, e que o denunciante, o deputado federal Geraldo Resende, o fez por “causa dos 10”, disse o Ari, em referência aos 10% de ‘retorno’ que parlamentares receberiam ao ter verbas de emendas parlamentares empenhadas em Dourados.

Uma de suas testemunhas de defesa, o ex-diretor do extinto Departamento de Direitos Humanos na gestão de Ari Artuzi, Anísio dos Santos, o ‘Neguinho’, disse à redação do Midiamax: “não podemos ser hipócritas, a sociedade ainda é racista”.