Artesão que vende quadros nas ruas de Campo Grande diz ser perseguido por fiscais

O artesão Gilmar da Silva Santos (42), que vende quadros com motivos rurais pelas ruas de Campo Grande, diz ser perseguido por fiscais da prefeitura à paisana para impedi-lo de trabalhar. O caso mais recente teria ocorrido na manhã deste domingo (20), no canteiro central da avenida Afonso Pena em frente à praça Ary Coelho. […]

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O artesão Gilmar da Silva Santos (42), que vende quadros com motivos rurais pelas ruas de Campo Grande, diz ser perseguido por fiscais da prefeitura à paisana para impedi-lo de trabalhar. O caso mais recente teria ocorrido na manhã deste domingo (20), no canteiro central da avenida Afonso Pena em frente à praça Ary Coelho.

Logo cedo Gilmar chegou para trabalhar com sua Belina ao local, que é famoso pela distribuição gratuita de jornais. Descarregou alguns exemplares de quadros em molduras rústicas e dispôs em um tripé na esquina, para apreciação dos motoristas. Os preços médios variam de R$ 500 a 700, dependendo da dimensão do quadro e da técnica empregada. Há ainda tapetes de retalho de couro e gravuras talhadas na madeira.

Por volta de 9 horas, o artesão diz ter sido abordado por três supostos fiscais, que ele acredita serem da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur). Os homens desceram de uma caminhonete vermelha descaracterizada e passaram a exigir o fim da atividade comercial, emitindo um auto de infração.

A movimentação chamou a atenção de populares, e houve quem ligasse para órgãos de imprensa a fim de denunciar o caso. Ao ouvir falar do contato feito com os jornais, um dos homens teria exclamado: “sujou”, e o grupo abandonou a empreitada.

No sábado (19), o artesão foi autuado pela Semadur enquanto vendia quadros na avenida Mato Grosso por infringir o artigo 11 do Código de Posturas do município (Lei 2909/92). Diz o texto legal que “é proibido embaraçar ou impedir por qualquer meio o livre trânsito de pedestre e veículos nas ruas (…)”.

Gilmar, que trabalha há seis anos nas ruas, afirma não ter licença para venda ambulante, pois “assim prefere”. Por isso, já coleciona dúzias de advertências em casa. Mas o artesão estranha que outros vendedores na cidade não recebam o mesmo tratamento rigoroso aplicado a ele.

“Tem gente que estaciona caminhão para vender cofre na avenida Costa e Silva, gente que coloca cadeira de bambu no meio da rotatória lá nos lados da Via Park, e ninguém incomoda eles”, desabafou. Depois do ocorrido, Gilmar recolheu tudo e partiu para outro ponto da cidade, esperando não mais ser incomodado. Pelo menos até a próxima batida dos fiscais.

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