Ari Artuzi diz não ter dinheiro e deixa bois e porcos sequestrados morrerem de fome

Gado de Ari Artuzi, ‘seqüestrado’ pela Justiça, morre de fome

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Gado de Ari Artuzi, ‘seqüestrado’ pela Justiça, morre de fome

O gado e os porcos seqüestrados pela Justiça por determinação do desembargador Manoel Mendes Carli, em setembro do ano passado, ainda quando o ex-prefeito Ari Artuzi se encontrava preso no Presídio Federal de Campo Grande, estão morrendo por falta de comida no sítio do ex-prefeito, localizado nas proximidades do Distrito Industrial de Dourados.

“Não tem pasto, ração ou qualquer outro tipo de alimentação para os bois e vacas”, diz ele. Os porcos ainda comem resíduos de milho que Artuzi compra por tonelada.

O ex-prefeito diz ter adquirido uma dívida de R$ 6 mil em uma loja de rações para tratar o gado, mas por não poder vender ou obter qualquer lucro com os animais, ele resolveu não mais tratá-los, já que, segundo ele, estão sob responsabilidade da Justiça. A dívida dele, atualmente, junto ao Banco do Brasil, já passa de R$ 150 mil. Há dois meses, Ari encaminhou uma solicitação para que a Justiça forneça a alimentação dos animais.

“Como eu vou conseguir vender o gado depois? ‘Tá’ tudo magro, morrendo de fome. Eu não tenho dinheiro para comprar ração mais”, disse o pecuarista, acrescentado que já morreram dezenas de cabeças de gado por falta de comida “Morreram (sic) um monte de vaca (sic) leiteira. Já perdi 30 cabeças de gado. E agora o que vou fazer com esse gado magro? Não tem vacina nem comida”, reclama Artuzi, após ter visitado o Douranews na terça-feira (16) para anunciar que ainda não desistiu da vida pública.

Bloqueio de bens

O ex-prefeito e vários vereadores foram presos, acusados de integrarem quadrilha que teria sido responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 35 milhões dos cofres públicos do Município [de acordo com processo criminal instaurado pela juiza Dileta Terezinha e ações desencadeadas pela Polícia federal, na operação “Uragano”], o desembargador Manoel Mendes Carli determinou no dia 16 de setembro do ano passado o seqüestro de bens do prefeito de Dourados, Ari Artuzi, da mulher dele, Maria Aparecida Freitas Artuzi, e ainda de duas pessoas apontadas como “laranjas” do prefeito, o ex-chefe de Gabinete e ex-secretário de Educação, Edmilson Dias de Moraes e ainda do motorista Paulo Ferreira do Nascimento.

O sequestro dos bens “imóveis e semoventes” inclui o gado em nome de Artuzi que era comprado em nome dos “laranjas”, conforme ficou apurado durante as investigações da operação “Uragano” (furacão, em italiano), que aponta o prefeito como chefe de uma quadrilha que teria desviado dinheiro público.

Carcaças de animais mortos estão espalhadas por toda a parte no sitio do ex-prefeito Ari Artuzi, em Dourados.

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