Após apresentar o pior índice de aprovação da história (9,74%) no teste realizado em dezembro, o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) registrou aumento no número de aprovados na prova aplicada entre julho e agosto. Ao todo, 18.002 (14,83%) dos 121.309 candidatos passaram no teste, segundo resultado preliminar divulgado nesta sexta-feira.

Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o resultado tem duas causas: a melhora no ensino de Direito no País e o maior empenho dos alunos. “É uma resposta positiva à prova que vem sendo elaborada. O objetivo é que passem os profissionais qualificados e não a reprovação em massa”, afirmou ao Estadão.edu.

Criador da rede de cursinhos LFG, que prepara para o Exame da Ordem, o juiz aposentado Luiz Flávio Gomes não acredita que tenha havido melhora no ensino. “A aprovação na casa dos 15% é a média dos dez últimos exames. O que aconteceu é que a prova de dezembro foi mais difícil que as demais, o que diminuiu o número de candidatos bem sucedidos”, afirma.

Gomes concorda, no entanto, com a afirmação de que os candidatos estão se aplicando mais. “Vejo isto no dia a dia. Os alunos estão se conscientizando de que é preciso estudar mais para poder passar”, conta. Segundo ele, o percentual de aprovação continua muito baixo. “O mínimo aceitável é que 25% dos alunos passem.”

Segunda fase

O resultado divulgado nesta sexta-feira ainda pode ser modificado. Segundo o secretário-geral da OAB, Marcos Vinícius Furtado Coelho, cerca de 2 mil bacharéis entraram com recurso pedindo revisão. O número final será divulgado em 4 de outubro. “Estatisticamente, o resultado não irá mudar muito”, diz Coelho, ressaltando que a revisão será feita para todos que pediram.

Como foram 21 mil candidatos na segunda fase do exame, o índice de aprovação nessa etapa foi de 85%. “É uma prova de que só passam pelo funil da primeira fase os mais capacitados”, afirma o secretário-geral.