Após vistoria, Crea-RJ acredita que faltou freio em bonde de Santa Teresa
Após vistoria feita na manhã deste domingo (28), o coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea-RJ, Luiz Antonio Cosenza, afirmou ao G1 acreditar que uma possível falha no sistema de freios pode ter causado o acidente com o bonde de Santa Teresa que descarrilou e tombou no sábado (27), deixando cinco […]
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Após vistoria feita na manhã deste domingo (28), o coordenador da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea-RJ, Luiz Antonio Cosenza, afirmou ao G1 acreditar que uma possível falha no sistema de freios pode ter causado o acidente com o bonde de Santa Teresa que descarrilou e tombou no sábado (27), deixando cinco mortos e mais de 50 feridos. “Me pareceu que realmente o freio foi acionado, mas quando isso acontece, o bonde fica travado, teriam marcas de frenagem nos trilhos, no solo. Mas não notei essas marcas durante a perícia”, disse o engenheiro. “Acredito numa possível falha no sistema de freio do bonde. Uma das hipóteses mais fortes é de falta de freio, por escapamento de ar”. Ainda segundo o representante do Crea-RJ, foi constatado que o bonde usava arame em vez de parafuso para prender uma peça da sapata do freio. “Não deveria ter arame de forma nenhuma, mas não acredito que isso tenha sido a causa do acidente”, disse ao G1. “Mas isso mostra o grau de degradação do sistema de bondes no Rio de Janeiro”.
O especialista afirmou ainda que o Crea-RJ vai convocar os responsáveis pela manutenção do bonde de Santa Teresa para prestar esclarecimentos. E acredita ainda que a suposta superlotação denunciada por testemunhas possa ter contribuído para o acidente. “A superlotação pode ter contribuído, sim, para esse descarrilamento”. No sábado (27), o secretário Júlio Lopes afirmou ainda que o transporte com bondes está suspenso em Santa Teresa e que será apurada uma informação de superlotação no bonde.
O trecho da Rua Joaquim Murtinho, na altura da Rua Francisco Muratori, em Santa Teresa, no Centro do Rio, permanece interditado neste domingo (28) para a realização da perícia do bonde. De acordo com o Centro de Operações Rio, o trânsito no local está sendo desviado da Rua Francisco Muratori para a Rua Silvio Romero, e da Rua Almirante Alexandrino para a Rua Dias de Barros. Segundo a polícia, um caminhão munck – que é capaz de erguer objetos muito pesados – segue para o local para desvirar o bonde, dando continuidade à perícia das equipes do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), iniciada por volta das 6h deste domingo (28).
Depois dessa fase, o bonde será transportado por outro caminhão para a garagem, onde continuará a ser periciado. Ainda segundo a polícia, a perícia deve continuar a ser feita também na segunda-feira (29). Já o laudo deve sair em 30 dias. “O que aconteceu aqui foi uma tragédia anunciada”, afirmou na manhã deste domingo (28) Elzbieta Mitkiewicz, presidente da Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast), sobre o acidente de sábado (27). “Estamos cobrando do Ministério Público e do governo, mas parece que todo mundo está surdo”. Elzbieta contou que a associação de moradores enviou vários e-mails em fevereiro deste ano para a empresa responsável falando sobre problemas nos bondes, mas nada foi feito. “Desde 2008 o governo do Rio foi condenado a recuperar todo o sistema de bondes de Santa Teresa – que inclui rede aérea, trilhos, gradis e 14 bondes -, chegou a recorrer e perdeu, mas até agora nada foi feito”, afirmou. Procurado pelo G1, o governo do RJ informou que só vai se pronunciar oficialmente na segunda-feira (29) sobre o caso, mas afirmou que o trecho onde ocorreu o acidente de sábado “estava reformado e a rede aérea, recuperada”. Logo após o acidente, o secretário de Transportes Júlio Lopes afirmou que o bonde acidentado não teria sido submetido a reformas, segundo informações que ele teria apurado na garagem.
A presidente da associação de moradores de Santa Teresa afirmou ainda que após o acidente, os funcionários da empresa que administra o bonde estão preocupados. “Soube ontem à noite, conversando com os funcionários, que há cerca de 10 dias foi trocada a sapata de freio do bonde que se acidentou e que eles estão muito preoucpados com essa troca”, contou Elzbieta, acrescentando que atualmente apenas três dos 14 bondes existentes estão em circulação no bairro. “Com isso, as filas ficam quilométricas e os bondes ficam superlotados.
A espera em média é de uma hora pelo bonde. Adorava andar de bonde, mas desisti por causa disso”. Representantes da Agetransp, agência reguladora de transportes, do Crea-RJ e da empresa que administra o bonde de Santa Teresa também estão no local acompanhando a perícia. No total, 57 feridos seguem internados após o acidente com o bonde de Santa Teresa. Desses, 54 seguem em hospitais municipais do Rio.
Outros três feridos foram levados do local do acidente diretamente para outras unidades: UPA da Tijuca e Hospital Geral do Andaraí. As informações são da Secretaria municipal de Saúde. As informações são da Secretaria municipal de Saúde.
De acordo com a Secretaria, dos 54 feridos levados ao Souza Aguiar, 42 permanecem no hospital e 12 foram transferidos para outras unidades: 6 para o Hospital Geral do Andaraí; 5 para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea; e 1 para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier. Ainda segundo a Secretaria, as informações preliminares dão conta de que entre os 54 feridos estão 32 mulheres, 19 homens e três crianças, sendo 2 meninas e 1 menino. Inicialmente, a Secretaria informou ainda que do total de internados, 5 são turistas estrangeiros, sendo 3 franceses, 1 português e 1 inglês. De acordo com o coronel Sérgio Simões, comandante do Corpo de Bombeiros, o maquinista da composição chegou a ser levado para o Hospital Souza Aguiar, mas não resistiu e morreu. Outras quatro vítimas morreram no local.
Outros acidentes No fim de junho, um turista francês morreu, após despencar de um bonde que passava sobre os arcos da Lapa, na região Central do Rio.
De acordo com o comandante, o jovem francês teria se desequibilibrado ao tentar tirar uma foto. A grade de segurança dos arcos não resistiu ao peso do turista e ele caiu de uma altura de 15 metros, morrendo na hora. Em 2009, a professora Andreia de Jesus Resende, de 29 anos, foi atropelada após um acidente com um bonde que perdeu o freio numa ladeira de Santa Teresa. No acidente, o bonde foi atingido por um táxi e perdeu o freio. Ao deixar o bonde em pânico, a professora foi atropelada por um ônibus.
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