Após três dias sem comando político, vice avisa que vai assumir a prefeitura de Alcinópolis

O vice-prefeito de Alcinópolis, Alcino Carneiro, do PDT, disse que amanhã, sábado, entre as 9 e 10 horas da manhã, assume a prefeitura do município. Ele informou que sua posse obedece a uma determinação do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Nesta semana, a Justiça mandou prender o prefeito Manoel Nunes, do PR, por suposta participação no assassinato do ex-presidente da Câmara dos Vereadores da cidade, Carlos Carneiro, do PDT, filho do vice-prefeito.

Até agora, a polícia não detalhou de que maneira o prefeito teria agido na morte do ex-vereador, se ele é o mandante, ou não. O caso é tratado em segredo judicial. Além de Nunes, a Justiça mandou prender o presidente da Câmara, o vice-presidente o presidente da Câmara e um vereador.

Ontem, por determinação da desembargadora do TJ-MS Marilza Fortes a Polícia Civil lacrou o prédio da prefeitura de Alcinópolis.

Informações não confirmadas indicam que a medida adotada pela magistrada teria a ver com uma suposta manobra de auxiliares do prefeito preso, que estariam tirando do prédio documentos importantes e que poderiam ser usado nas investigações.

“Conversei com a doutora [Marilza] e ela disse para eu tomar posse amanhã. Vou conversar com os vereadores e acertar a cerimônia ainda hoje”, disse Alcino Carneiro, que fundou Alcinópolis.

Ontem à noite, contudo, o vice-prefeito disse ao Midiamax que achava temerário sua posse agora porque “uns amigos” seus o teria aconselhado a aguardar “um pouco”. Alcino Carneiro disse que “algumas pessoas” do município poderiam matá-lo se ele assumisse a prefeitura.

“Fui votado para isso, e vou assumir, é só a Justiça mandar”, disse ele.

Alcino e o prefeito Manoel Nunes não se conversam desde o assassinato do ex-presidente da Câmara. O vice-prefeito foi o primeiro a dizer, por meio da imprensa, que o filho dele havia sido morto a mando do prefeito.

Inicialmente, surgiu a informação de que o ex-vereador ia denunciar um suposto esquema de desvio de recursos que deveriam ser aplicados na construção de estradas no município. Já o pai da vítima, acha que o prefeito teria mandado matar o filho para não perder espaço político no município de 4 mil habitantes.