Após cinco anos, moradores reclamam de ciclovia inacabada em Três Lagoas

O secretário de obras, Getúlio Neves, alega que, enquanto o recurso federal prometido não chegar, as obras não serão retomadas. Fato que provoca o aumento do índice de acidentes envolvendo bicicletas.

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O secretário de obras, Getúlio Neves, alega que, enquanto o recurso federal prometido não chegar, as obras não serão retomadas. Fato que provoca o aumento do índice de acidentes envolvendo bicicletas.

Cinco anos após o início das obras da primeira ciclovia em Três Lagoas, na avenida Filinto Muller, a pavimentação asfáltica continua inacabada. Na segunda parte do trecho, há apenas a primeira camada, ou a base da pavimentação.

Nesse local, são constantes as quedas dos ciclistas, defeitos nas bicicletas provocados pelos inúmeros buracos na pista. Em 2010, foram quase 200 acidentes de trânsito envolvendo bicicletas no Município.

Após o cruzamento da Avenida com a rua Braulino Alves de Abreu, o local disponível para os ciclistas trafegarem é um “trieiro de terra batida” feito no centro do canteiro central.

Segundo o secretário de obras e serviços públicos, Getúlio Neves da Costa Dias, a conclusão depende da liberação de recursos federais prometidos, mas ainda não recebidos. “Começamos a obra com verba municipal, mas para terminar necessitamos de ajuda do Governo Federal. Tenho quatro obras nessa situação”, explicou.

Getúlio disse ainda que hoje as empreiteiras se recusam a pegar um serviço sem a garantia do recebimento. “Antes tinha muita empreiteira que quebrava porque não recebia depois do trabalho realizado. Agora só começamos uma obra depois que temos o dinheiro em mãos”.

O construtor Olímpio Pires de Araújo discorda do secretário. “Três Lagoas cresceu muito e indústrias de grande porte vieram para cá. Tenho certeza que dinheiro não falta na Prefeitura para a conclusão da ciclovia”, afimou.


Desde 2006

A obra começou a ser executada pela Construtora Jupiá, sediada em Três Lagoas, em 2006. Nesta época, foram concluídos os 1.500 metros, no trecho entre a avenida Rosário Congro e a rua Eurídice Chagas Cruz.

No final do ano passado, a obra foi retomada pela Construcampo Engenharia, também com sede no município. Logo após, a Prefeitura contratou a empresa Alvorada, da cidade de Paranaíba, para realizar a segunda parte da pavimentação, mas o projeto parou poucos metros depois.

Para o ciclista João Paulo Silveira a ciclovia facilita seu trajeto, mas ele aponta que em determinados trechos é melhor pedalar pela avenida mesmo. “Tem lugar na ciclovia que tem tanto buraco que é perigoso a gente cair. Nesses trechos passo a disputar espaço com os carros”, afirmou.

No quarteirão da Escola Municipal Ramez Tebet, os estudantes dependem do bom estado do trieiro para chegar e voltar da escola. “Já cai muitas vezes. Principalmente nos trechos da ciclovia que estão cheios de buraco. A gente vem conversando com os colegas e não percebe. Todo mundo que vem de bicicleta para a Escola tem uma história de tombo para contar”, contou a estudante Beatriz Barbosa.


Número de Bicicletas

Três Lagoas possui em média 35 mil bicicletas. Os dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, aproximadamente, 30 mil bikes circulam diariamente pelas ruas da Cidade. Ainda segundo o IBGE, a média é de três bicicletas para cada residência.

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