Apoiadores de Chávez se reúnem e rezam por seu “comandante”

Apoiadores do presidente venezuelano, Hugo Chávez, promoviam manifestações e rezavam neste domingo por uma rápida recuperação do presidente, cuja revelação de que está tratando um câncer sacudiu o país, governado por ele há mais de uma década. Em padarias, bares, ruas e casas da Venezuela há somente um assunto de fofocas e debates: quão ruim […]

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Apoiadores do presidente venezuelano, Hugo Chávez, promoviam manifestações e rezavam neste domingo por uma rápida recuperação do presidente, cuja revelação de que está tratando um câncer sacudiu o país, governado por ele há mais de uma década.

Em padarias, bares, ruas e casas da Venezuela há somente um assunto de fofocas e debates: quão ruim está a saúde de Chávez?

Num dia em que normalmente é marcado pelo programa semanal de Chávez, o “Alô, Presidente” —monólogos de longa duração transmitidos pela TV em que Chávez conta histórias, canta, nacionaliza companhias e critica inimigos, pessoas leais ao mandatário participavam de uma missa e faziam passeata em homenagem a ele.

O presidente venezuelano está recebendo tratamento em um hospital cubano, após passar por uma cirurgia em 10 de junho para remover um tumor maligno. Não foi dito quando ele poderá retornar.

“Ele vai surgir vitorioso. Todos nós pedimos a Deus que dê a ele saúde e força”, afirmou a aposentada Irma Santander, de 76 anos, vestindo uma camisa vermelha estampada com uma imagem de Chávez.

O líder de 56 anos, um dos rostos mais globalmente conhecidos graças a seu inflamado anti-americanismo e à “revolução” doméstica que promove na Venezuela, esperou até 30 de junho para admitir que estava com câncer.

Apenas Chávez, seus médicos e aliados mais próximos sabem se as células malignas já se espalharam ou se foram contidas. Há especulações de que ele esteja com câncer no intestino e que possa enfrentar meses de quimioterapia.

As implicações são imensas: Chávez não tem sucessor óbvio e uma oposição superada por ele desde sua primeira eleição em 1998 está percebendo uma chance na eleição do próximo ano.

Líderes da oposição e simpatizantes de Chávez estão tentando evitar troca de qualquer acusação pela condição de saúde do presidente.

Mas ambas as partes estão tensas pelo fato de Chávez não ter indicado um sucessor temporário durante sua estadia de quase um mês em Cuba e estão ansiosas sobre o espectro de uma mudança no poder.

Aliados insistem que o presidente continua ativo e que não há necessidade de temporariamente indicar o vice-presidente, Elias Jaua.

A constituição exige uma delegação de poderes ao vice-presidente se houver uma “ausência” de 90 dias, ou 180, se o parlamento usar sua prerrogativa de estender o período.

Mas autoridades venezuelanas afirmam que o relógio ainda não começou a contar porque Chávez ainda está assinando decretos e dando instruções a ministros.

“Ele virá quando seus médicos disserem que ele pode”, disse Jaua à Reuters durante preparativos para marcar o aniversário de 200 anos da independência da Venezuela da Espanha.

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