Alemanha media conversas entre Obama e o Taleban

O governo alemão está ajudando a mediar conversas secretas entre os Estados Unidos e o Taleban afegão, com reuniões para debates na Alemanha, de acordo com a reportagem da revista Spiegel deste domingo.

Steiner, juiz de formação com longa experiência em diplomacia, já chefiou a missão da ONU (Organização das Nações Unidas) em Kosovo.

O Ministério das Relações Exteriores alemão não confirmou tais encontros à agência de notícias France Presse, mas afirma que a Alemanha “estava dando suportes para que fossem encontradas soluções políticas” no Afeganistão.

Uma conferência sobre o Afeganistão será realizada na cidade alemã de Bonn no dia 5 de dezembro, indica o ministério, atendendo a um pedido do presidente afegão Hamid Karzai feito em novembro do ano passado.

Obama conversa com talebans

O governo do presidente americano Barack Obama está engajado em conversas diretas com altos dirigentes do Taleban afegão, que desde meados de 2010 lidera a luta contra o governo de Cabul apoiado pelo Ocidente, de acordo com a revista Spiegel.

Três reuniões já foram realizadas entre membros do governo americano e representantes da milícia. A primeira foi no Qatar e a segunda, durante a virada do ano, na Alemanha.

Os EUA são representados pelo Departamento de Estado e por oficiais da Agência Central de Inteligência (CIA), enquanto o um familiar do mulá Mohammad Omar fala em nome do Taleban, acrescenta a revista.

A revista New Yorker indicou em fevereiro que o governo de Obama começou a ter discussões diretas com importantes líderes do Taleban.

De acordo com o jornal Washington Post, Obama espera relatar progressos sobre a solução da guerra do Afeganistão quando anunciar a retirada de tropas em julho.

Atentados

Essa tentativa de aproximação entre os Estados Unidos acontece em meio a uma onda de ataques promovidos pelo Taleban e a Al Qaeda no Paquistão.

Os atentados começaram a surgir após o assassinato do líder da Al Qaeda Osama bin Laden, na cidade paquistanesa de Abbotabad, no último dia 2 de maio.

Neste domingo, militantes invadiram uma base militar em Karachi, a maior cidade do Paquistão. Seis pessoas morreram.