Além do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, a Operação Terra do Nunca, deflagrada nesta sexta-feira (2) pela Polícia Civil da Bahia, resultou na de outras 14 pessoas em três Estados. Entre os presos está a ex-tabeliã Ana Elizabete Vieira Santos, de Luiz Razia, piloto de testes da equipe Team Lotus da Fórmula 1.

Das 15 prisões, quatro ocorreram em Minas Gerais – Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Francisco Marcos Castilho Santos e Margaretti Maria de Queiroz Freitas. Em São Paulo, foi preso o empresário Marcus Vinicius Rodrigues de Martins. Já na Bahia, além da mãe de Luiz Razia, foram presos Leonardo Monteiro Leite, Nadir de Oliveira Tavares Botelho, Nilton Santos de Almeida, Raimundo Varques Gonçalves Lima, Adroaldo Moreira da Costa, Gilkison Botelho dos Anjos – conhecido como “Chiquinho” -, João Onivaldo Faccio e Ronaldo da Silva Schitine.

Os presos são empresários, latifundiários, advogados e serventuários da Justiça, envolvidos em um esquema de aquisição de papéis públicos para grilagem de terras no município de São Desidério, a 887 km de Salvador (BA). Foram cumpridos 23 mandados de prisão e de busca e apreensão, expedidos pelo juiz Gabriel Moraes Gomes, da comarca de São Desidério.

Batizada de Terra do Nunca, a operação contou com as participações do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco) do Ministério Público da Bahia e de Minas Gerais, além das polícias civis mineira e paulista.

As investigações, que duraram 17 meses, foram coordenadas pelo Departamento de Polícia do Interior (Depin) e presididas pelo delegado Carlos Ferro, titular da Delegacia Territorial (DT) de São Desidério. Nesta sexta-feira, investigadores e promotores fazem buscas no Ofício de Registro de Imóveis de São Desidério e no Tabelionato do 2º Ofício de Notas da Comarca de Barreiras, nos quais os servidores estão sendo alvo de vários inquéritos policiais, tendo como base a falsificação de documento público, falsidade ideológica, corrupção ativa e formação de quadrilha.

Segundo o delegado Carlos Ferro, a quadrilha lavrava de forma fraudulenta diversas escrituras públicas de compra e venda nos cartórios de Barreiras e São Desidério.