Agentes de saúde vão continuar em greve e dizem que só desistem se houver acordo

Tribunal de Justiça mandou profissionais voltarem ao trabalho e fixou multa de R$ 25 mil ao sindicato da categoria por dia de descumprimento da decisão. Mesmo assim, agentes vão seguir de braços cruzados

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Tribunal de Justiça mandou profissionais voltarem ao trabalho e fixou multa de R$ 25 mil ao sindicato da categoria por dia de descumprimento da decisão. Mesmo assim, agentes vão seguir de braços cruzados

Cerca de 150 agentes de saúde de Campo Grande reforçaram, com faixas e palavras de ordem, a posição de permanecer em greve, mesmo após a justiça determinar o fim da paralisação e a volta dos profissionais ao trabalho. A decisão foi tomada pelos trabalhadores que deliberaram sobre o assunto na sede municipal do PPS, que fica no bairro Monte Líbano, na manhã desta sexta-feira (7).

A entidade buscou assessoria jurídica para estudar saídas ao impasse, mas ainda não há uma defesa formulada – o que deve ser elaborado o mais rápido possível. Liminar do Tribunal de Justiça (TJ-MS) concedida na quinta-feira (6) prevê multa diária de R$ 25 mil caso o sindicato descumpra a medida.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública (Sintesp), Amado Cheikh, lamentou a atitude da prefeitura. “A liminar só foi concedida porque o prefeito não tem argumentação, por isso ele recorreu à justiça”. A categoria quer a mudança de classificação ocupacional, o que elevaria a remuneração média dos atuais R$ 700 para cerca de R$ 2,1 mil. O Sintesp sustenta que os agentes de saúde receberam novas atribuições, como as de combate à dengue, vetores e zoonoses, e que o patamar salarial elevado já seria realidade em outras cidades brasileiras. O prefeito já afirmou que o reajuste é impraticável e que não vai retomar as negociações.

Durante o ato, os agentes de saúde exibiram cópias de reportagem publicada na imprensa escrita com declarações do deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), de que seria “impossível” viver com salário parlamentar de R$ 11 mil. “Se os deputados não conseguem viver com esse dinheiro, imagine nós trabalhadores”, disse um dos agentes.

“A greve só vai acabar no dia em que Nelson Trad Filho nos chamar para conversar e entrarmos em acordo”, completou Cheikh. O sindicato já foi oficiado da decisão do desembargador Paulo Alfeu Puccinelli, que considerou a paralisação abusiva e ilegal.

Busca por apoio popular

O Sintesp irá fazer mobilização na praça Ary Coelho na manhã de sábado (8), para coletar assinaturas de populares. Os agentes de saúde querem conquistar o apoio da opinião pública para referendar o movimento grevista, e o objetivo será alcançar 50 mil inscrições em uma semana de campanha.

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