Agentes de saúde são recebidos por prefeito, mas decidem manter greve

Na manhã desta sexta-feira (28) uma parcela dos agentes de saúde da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), em greve há 24 dias, foram recebidos pelo prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). Segundo representantes da categoria, no encontro informal Trad afirmou que “todos os 17 mil servidores estão de olho em vocês [agentes], então não […]

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Na manhã desta sexta-feira (28) uma parcela dos agentes de saúde da Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), em greve há 24 dias, foram recebidos pelo prefeito Nelson Trad Filho (PMDB). Segundo representantes da categoria, no encontro informal Trad afirmou que “todos os 17 mil servidores estão de olho em vocês [agentes], então não posso ceder pra vocês”.

O prefeito ainda teria falado da situação jurídica dos trabalhadores, que tiveram o salário de janeiro cortado. A posição da prefeitura continua a mesma: que os grevistas voltem ao trabalho, para posteriormente recomeçar as negociações.

“Eu tenho que dar exemplo para o resto dos servidores. É desta forma que eu ajo com todas as categorias”. afirmou o prefeito.

Nelson Trad se pronunciou durante uma mobilização de cerca de 300 agentes em frente à prefeitura de Campo Grande. Depois da reunião informal, os manifestantes seguiram pela avenida Afonso Pena, em direção ao centro da cidade.

“Hoje o objetivo é se manifestar, mostrar nossas reivindicações para a população, por isso viemos aqui onde tem muito fluxo de gente”, afirmou o agente epidemiológico Antônio Carlos da Silva, em frente à Praça do Rádio Clube.

Antônio, que é um dos representantes da classe em greve, se concentrou em esclarecer o que os agentes pedem: “não queremos aumento de salário, queremos apenas uma verba individual de R$ 714 enviados de bonificação pelo Governo Federal para cada agente de saúde. Hoje recebemos apenas R$ 154 desse valor. Não desejamos aumento do salário-base”, ressaltou o representante.

Um exemplo usado pelos manifestantes é a cidade de Três Lagoas, onde os agentes de saúde receberiam R$ 581 de base mais os R$ 714 de repasses federais. Em Campo Grande o salário-base é de R$ 524.

O manifesto começou por volta das 9h e termina ao meio-dia desta sexta.

Briga Judicial

A justiça considerou ilegal a representação da greve comandada pelo Sintesp (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde Pública), porém o Tribunal de Justiça estabeleceu multa diária ao sindicato de R$ 25 mil por dia, que hoje já soma R$ 600 mil. O Sindicato se defende, e afirma que a greve é uma iniciativa dos próprios trabalhadores, e organizada através de assembleias.

A Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande) informou que 208 dos 260 agentes de saúde convocados até agora para dar explicações da greve que teve início no último dia 3 de janeiro, tiveram o salário do mês de janeiro cortado. Agentes que estão no período de estágio probatório podem ser exonerados.

O Sintesp impetrou um mandato de segurança tentando reverter a situação. O caso ainda não foi julgado.

 

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