Acusadas de gerenciar “boca de pó”, onde havia crianças, alegam insanidade mental

Kelly Rosana Ibanes Cabral, de 28 anos, e Rosemari Lemos Cabral, 30, acusadas de gerenciar uma “boca de pó” localizada no Centro de Corumbá, alegaram insanidade mental provocada pelo uso de drogas. As irmãs foram presas em março deste ano em uma casa localizada na rua Oriental. Quando a Polícia Civil chegou ao local e […]

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Kelly Rosana Ibanes Cabral, de 28 anos, e Rosemari Lemos Cabral, 30, acusadas de gerenciar uma “boca de pó” localizada no Centro de Corumbá, alegaram insanidade mental provocada pelo uso de drogas. As irmãs foram presas em março deste ano em uma casa localizada na rua Oriental. Quando a Polícia Civil chegou ao local e encontrou doze crianças na residência. Uma delas preparava papelotes de pasta base de cocaína para comercialização. Rosemari e Kelly também respondem pelo crime de corrupção de menores, cuja pena varia de 1 a 4 anos de reclusão.

Na quarta-feira, 13 de julho, durante audiência realizada na 2ª Vara Criminal, o juiz Roberto Ferreira Filho acatou o requerimento da defesa, alegando “indícios, pelo interrogatório das rés, de que elas podem, ao menos em tese, possuir doença mental ou ter alguma perturbação mental em consequência do uso de substâncias entorpecentes”. O magistrado também determinou a elaboração de um laudo mental das suspeitas. As duas seguem presas no Estabelecimento Penal de Corumbá.

Flagrante

As irmãs foram presas no dia 11 de março. Para chegar ao flagrante, a Polícia investigou a casa por aproximadamente cinco meses. “As crianças são filhas delas e presenciavam toda a movimentação do local. Uma delas estava embalando paradinhas de pasta base na hora em que chegamos. São todos menores, filhos e sobrinhos, são todos da família”, afirmou ao Diário a delegada Elaine Cristina Benicasana na época dos fatos.

Ainda de acordo com a delegada, o grande número de crianças assustou aos próprios policiais. “Quem mexe com quebra de bocas sabe que é cenário comum haver crianças no local. Mas, a grande quantidade chamou atenção, assustou e uma delas ainda ajudava a enrolar [os papelotes]. Elas conviviam ali, cientes da situação. Os pais não têm consciência disso”, ressaltou a delegada Elaine. O Conselho Tutelar foi acionado.

Na casa, os agentes policiais encontraram 181 papelotes de pasta base de cocaína; a quantia de R$ 119 em cédulas e moedas e objetos, que de acordo com a delegada configuram o crime de receptação, pois seriam utilizados, pelos usuários, para trocar por drogas. Foram apreendidos aparelhos de DVD; televisão; equipamentos de som; telefones celulares; relógios; garrafas de uísque; além de peneiras usadas para refinar o entorpecente.

A delegada Elaine Cristina explicou que no momento da chegada dos policiais ao local, a mãe de Kelly e Rosimari também estava na casa. Mas ela foi liberada porque “não estava diretamente envolvida nos crimes”, disse. As duas irmãs presas estavam grávidas. Contra Rosimari já havia um mandado de prisão expedido pela Justiça e ela tem duas passagens policiais por tráfico de drogas.

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