O volume de exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre deste ano com relação ao mesmo período do ano passado praticamente dobrou, com crescimento de 94%, saltando de 1,6 milhão de toneladas para 3,1 milhões de toneladas, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Na comparação de junho deste ano com igual mês do ano passado, a exportação de industrializados alcançou o equivalente a 574 mil toneladas, indicando, deste modo, um crescimento de 11%, quando as vendas externas somaram 517,1 mil toneladas.

Quanto à receita, as vendas externas de industrializados, no mês, alcançaram US$ 211,3 milhões, crescimento nominal de 49,8% sobre igual mês de 2009, quando o valor foi de US$ 141,1 milhões, enquanto no comparativo com o mês imediatamente anterior o crescimento foi de 17,3%, quando a receita obtida alcançou o equivalente a US$ 180,1 milhões. Por fim, no acumulado do ano, as receitas totais alcançam US$ 865,7 milhões contra US$ 527,8 milhões no primeiro semestre de 2009, ou seja, crescimento nominal de 64%.

Segundo o Radar da Fiems, com uma receita equivalente a US$ 211,3 milhões, junho de 2010 se consolida como o melhor resultado mensal já alcançado em toda a série histórica da exportação de industrializados em Mato Grosso do Sul. O levantamento do Radar Industrial ressalta que se trata da segunda quebra consecutiva do recorde, sendo que no mês passado a receita havia atingido a marca de US$ 180,1 milhões, a maior até então.

Quanto à participação relativa, as vendas externas de industrializados atingiram a marca de 76% de tudo o que foi exportado pelo Estado em relação à igual mês de 2009, o resultado foi maior em 20 pontos percentuais. Já no acumulado do ano, na mesma comparação, constata-se que a participação é da ordem de 68%, indicando, deste modo, um crescimento de 10 pontos percentuais sobre o resultado obtido em igual período do ano anterior.

Desempenho geral

No semestre, dez dos 13 principais grupos de produtos industrializados exportados por Mato Grosso do Sul apresentaram crescimento em suas receitas, quando comparados com correspondente período do ano anterior, com exceções dos grupos “Siderurgia, Metalurgia básica e Metal Mecânica”, “Cimentos” e “Fiação, têxtil, confecção e vestuário”. Os cinco grupos que mais registraram importantes evoluções em suas vendas externas foram “Carnes e Miudezas/Cortes, Peças e Carcaças – Complexo Frigorífico”, “Papel e Celulose, embalagens de papel ou papelão e demais artefatos de papel”, “Extrativo Mineral – Minerais Metálicos”, “Açúcar e Álcool” e “Couros e Peles”.

De modo semelhante aos últimos boletins, o grupo “Carnes e Miudezas” apresentou um desempenho crescente sustentado, sobretudo, pela elevação ocorrida nas vendas de carnes desossadas e congeladas de bovinos e pedaços e miudezas congelados de galos e galinhas, que proporcionaram uma expansão, em receita, no comparativo com igual período de 2009, equivalente a 31% e 22%, respectivamente. Em valores, o ganho adicional somado, decorrente das expansões observadas foi da ordem de US$ 63,1 milhões, crescimento de 28% sobre o saldo observado no último levantamento.

No caso do grupo “Papel e celulose”, o destaque, naturalmente, continua por conta da celulose, que foi incorporada à pauta de industrializados no fim do primeiro quadrimestre do ano passado e que registrou, somente em 2010, uma receita de exportação equivalente a US$ 148,3 milhões ou 93% da receita total do grupo. Outro importante produto é o papel fibra, que começou a ganhar destaque no final de 2009, e que neste ano até o mês de junho alcançou a marca de US$ 8,6 milhões ou 5,4% do total.

Já no grupo “Extrativo Mineral”, o valor alcançado, no ano, equivale a US$ 132,7 milhões, resultado da retomada das exportações de minérios de ferro em bruto, condição que vem se fortalecendo nos últimos meses, tanto que somente em junho as vendas do produto foram da ordem de US$ 33,2 milhões, totalizando, no ano, US$ 120,6 milhões ou 91% da receita total do grupo, proporcionando um volume 2,6 vezes maior que o obtido em igual período do ano passado, com uma receita, na mesma comparação, superior em 2,7 vezes.

No grupo “Açúcar e álcool”, a receita de exportação alcançou o equivalente a US$ 86,6 milhões, indicando um crescimento nominal de 71%, resultando em um valor adicional de US$ 36,1 milhões, enquanto em volume a variação foi de 26%, aumento superior a 45 mil toneladas. Quanto ao grupo “Couros e peles”, a receita de exportação obtida alcançou US$ 29 milhões, indicando um crescimento nominal de 56%, influenciado pelo aumento das compras italianas que alcançaram, até agora, o equivalente a US$ 12,5 milhões, crescimento nominal de 73%, gerando uma receita adicional da ordem de US$ 5,3 milhões.