Universidades federais não completam vagas via Enem
Ao menos sete universidades federais que selecionaram seus calouros por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não conseguiram preencher todas as suas vagas, após o fim da seleção organizada pelo Ministério da Educação. O processo terminou ontem. Segundo a Folha apurou, a expectativa do ministério é que 6.000 vagas não tenham sido preenchidas […]
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Ao menos sete universidades federais que selecionaram seus calouros por meio do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) não conseguiram preencher todas as suas vagas, após o fim da seleção organizada pelo Ministério da Educação. O processo terminou ontem.
Segundo a Folha apurou, a expectativa do ministério é que 6.000 vagas não tenham sido preenchidas (pouco mais de 10% de postos no sistema, equivalente ao vestibular da Unesp). O balanço oficial será divulgado hoje. Agora, caberá às escolas decidir como preencher os postos vagos -o ano letivo já está em curso.
A ociosidade é mais um problema enfrentado pelo sistema unificado (Sisu) criado no final de 2009 pelo governo Lula para substituir o vestibular: houve vazamento da prova, divulgação de gabaritos errados, cancelamento do exame do meio do ano e alunos retirados da lista de aprovados.
A sobra de vagas só não foi maior porque o MEC decidiu fazer uma chamada extra de calouros. Inicialmente, seriam três, mas houve a criação de uma lista de espera, cujas matrículas acabaram ontem.
Ainda assim, segundo levantamento feito pela Folha, estão com vagas ociosas as federais de SP (Unifesp), uma das mais importantes do país; do Pampa; tecnológica do PR; do Vale do São Francisco; do Recôncavo Baiano; de Lavras; e de MT.
Elas já decidiram que farão novas chamadas, com base nas notas dos alunos no Enem. Cada uma terá um calendário.
O MEC diz que a sobra de vagas não será problemática, pois, segundo apuração inicial, só postos pouco concorridos estão vagos -e ainda poderão ser preenchidos. No balanço há vagas do segundo semestre.
Na semana passada, o ministro Fernando Haddad (Educação) disse não estar preocupado com a ociosidade, pois as escolas “chamarão tantas listas quanto forem necessárias”.
Sobre o sistema como um todo, Haddad afirmou: “Os estudantes com quem eu converso saúdam o sistema, dizem ser um engenhoso processo de distribuição de vagas”.
A ideia da unificação dos processos seletivos era evitar que os estudantes tivessem de fazer diversos vestibulares pelo país.
“Desafio pedagógico”
Na Unifesp, quase um terço dos postos estava vago um dia antes do encerramento das matrículas. A partir de sábado, haverá nova chamada.
Na federal do Recôncavo Baiano, uma das dificuldades foi o prazo de inscrição determinado pelo MEC. Os aprovados foram divulgados no domingo e tiveram apenas dois dias para a inscrição, presencial -os campi ficam no interior da Bahia, sem aeroporto próximo.
A instituição contabilizou ao menos 50 alunos de SP, MG e Rio que informaram que não conseguiriam chegar ao local no prazo -e desistiram. O lado positivo do sistema, diz a escola, foi ficar conhecida no país.
Uma das dificuldades a serem enfrentadas pelas universidades é o perfil dos alunos que ingressarão nos cursos neste momento, já que não tiveram nota suficiente para serem aprovados em três chamadas do sistema. “Será um desafio pedagógico”, diz a reitora da Unipampa, Maria Beatriz Luce.
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