Após quatro anos de trabalho atendendo municípios periféricos a Capital o Projeto Troca de Ovinos será desenvolvido também na região da Grande Dourados. Um termo de Cooperação assinado entre os gestores do programa e a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) possibilitou a entrega de 75 matrizes e 4 machos para a reaplicação do “Troca de Ovinos” no sul do Estado. O ato aconteceu no último dia 16 na Fazenda Escola Três Barras, na Capital.

O Termo de Comodato deverá ser executado até 2014, período este que a Universidade irá desenvolver pesquisas. Posteriormente, produtores da região da Grande Dourados devem ser selecionados e capacitados para receber as prenhezes e desenvolver a atividade. “A criação de ovinos vem como uma alternativa para fortalecimento da cadeia produtiva com investimento reduzido, gerando renda e emprego, promovendo ao pequeno produtor mais uma fonte de renda com produção de carne de qualidade no Estado de Mato Grosso do Sul”, destaca a secretária Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (Seprotur). Contudo, ainda segundo ela, “a atividade tem de tudo para deixar de ser criação de fundo de quintal e se tornar uma importante atividade econômica também nas médias e grandes propriedades”.

Segundo o pró-reitor de Extensão da universidade Anhanguera-Uniderp, Prof. Ivo Bussato, “os objetivos principais desse projeto são contribuir para a diversificação e aumento da produtividade da pecuária de MS, propiciar inclusão social e econômica de pequenos produtores, incrementar o interesse pela ovinocultura no estado e auxiliar na concretização da produção de ovinos como mais uma alternativa de consumo de proteína animal”.

“Há cinco, seis anos não tínhamos o que falar em pesquisa. Hoje, é uma grata satisfação acompanhar o desenvolvimento da ovelha nativa de Mato Grosso do Sul”, ressalta o coordenador da Câmara Setorial de Ovinos e professor da UFGD, Fernando Vargas.

A criação de ovinos nativos deve ser incentivada, pois são animais bem adaptados ao meio regional, como destaca o professor Marcos Barbosa, responsável pelos projetos de pesquisa do Centro Tecnológico de Ovinocultura (CTO). “Com a preocupação cada vez maior de desenvolver sistemas de produção com reduzido investimento e que se ajustem aos desafios do desenvolvimento sustentável, a criação do ovinos nativos vem como uma alternativa. As raças nativas desempenham um papel importante no equilíbrio social e ecológico, e podem constituir a base de produtos locais de alta qualidade. Porém, os ovinos nativos de Mato Grosso do Sul, devido à inserção cada vez maior de raças exóticas em cruzamentos com esta, correm o risco de desaparecer. Por isso, no CTO, procuramos conservar a raça nativa, por meio de programas de melhoramento genético sustentável, dirigidos à eficiência global da raça e ao aumento da competitividade com relação a outros genótipos”, acrescenta Marcos.

“É uma satisfação ver a união de universidades pública e privada, com o apoio do governo do Estado e de uma Fundação. O bem comum está acontecendo e a soma vem se multiplicando a ponto de hoje estarmos trabalhando em prol da caracterização de uma raça própria”, enfatizou a vice-reitora da Uniderp-Anhanguera, . Heloísa Helena Gianotti.

Desenvolvido desde 2007 pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário, Produção, Indústria, Comércio e Turismo (Seprotur) e a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), com o apoio da Câmara Setorial de Ovinocultura, em parceria com a Universidade Uniderp-Anhanguera e Fundação Manoel de Barros, a iniciativa projeta-se como uma alternativa de renda viável para os pequenos produtores, com retorno em curto prazo e investimento seguro. O Troca de ovinos já chegou a Campo Grande, Terenos, São Gabriel do Oeste e Jaraguari. Nestes municípios cerca de 275 ovelhas já foram entregues a 19 produtores assistidos pelo programa.

SOBRE O PROGRAMA

O Projeto Troca de Ovinos é desenvolvido em quatro fases. Na primeira, é feita a seleção de matrizes prenhes no Centro Tecnológico de Ovinocultura (CTO), localizado na Fazenda-Escola Três Barras da Universidade Anhanguera-Uniderp. No CTO são realizadas avaliações genéticas dos reprodutores, matrizes e animais jovens para as características produtivas e reprodutivas, visando a maior produção de carne por hectare, em determinado tempo, a menores custos. Os animais passam por uma criteriosa escolha de acordo com o desenvolvimento muscular, bom ganho de peso, boa capacidade de acabamento e adequado tamanho adulto, reduzindo os custos de manutenção, além da mensuração da capacidade reprodutiva e precocidade sexual.

Na segunda fase acontece a seleção e o treinamento dos produtores. Para participar é necessário ser pequeno produtor rural; preferencialmente morar na propriedade rural; utilizar mão de obra familiar; ter diversificação na produção; estar regular nos órgãos de fiscalização sanitária e fiscal; preferencialmente já ter tido contato com a ovinocultura; fazer parte da área de abrangência pré-determinada pelo programa; realizar curso de capacitação; assinar contrato de comodato no ato do recebimento dos animais e fornecer todo o apoio para o desenvolvimento do rebanho sob a orientação dos técnicos.

Na terceira fase é feito o repasse dos animais e o acompanhamento técnico. Finalmente, após o período de três a quatro anos, os produtores devem devolver a mesma quantidade de animais que receberam, observando o padrão zootécnico e sanitário. Todas estas etapas deverão ser executadas também pela UFGD.

Mais informações sobre o “Troca de Ovinos” pelo telefone 67 3318-5021 (Seprotur), 67 3348-8012 (Pró-Reitoria Uniderp-Anhanguera) e 67 3410-2418(UFGD).