Travolta aparece careca e violento em ‘Dupla Implacável’

Ator veterano, consagrado e premiado John Travolta parece empenhado num esforço para reinventar a própria imagem, arriscando todo seu carisma em papeis que não costumava fazer. É o que acontece em “Dupla Implacável”, aventura de ação francesa que entra em cartaz em circuito nacional, em cópias dubladas e legendadas. Travolta, de 56 anos, interpreta Charlie […]

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Ator veterano, consagrado e premiado John Travolta parece empenhado num esforço para reinventar a própria imagem, arriscando todo seu carisma em papeis que não costumava fazer. É o que acontece em “Dupla Implacável”, aventura de ação francesa que entra em cartaz em circuito nacional, em cópias dubladas e legendadas.

Travolta, de 56 anos, interpreta Charlie Wax, um agente secreto totalmente careca, de barbicha, violento e politicamente incorreto. Especialista em armas de todos os calibres e missões de alto risco, Wax é enviado para Paris. Lá, o embaixador norte-americano (Richard Durden) lhe designa como auxiliar, motorista e eventualmente saco de pancadas o mais educado e sutil de seus assessores, James Reece (Jonathan Rhys Meyers, de “Match Point”). O contraste gera conflitos em que Reece, invariavelmente, leva a pior.

Reece só aguenta todo esse tranco porque botou na cabeça que quer tornar-se agente secreto. Ele só não contava que o amigo norte-americano fosse dar-lhe tanto trabalho e virar até sua vida pessoal de ponta-cabeça. Nesse tópico, quem sabe, Charlie tenha um pouco de razão. Essa linda namorada de Reece, Caroline (Kasia Smutniak), parece boa demais para ser de verdade.

Nascido de uma ideia original do produtor e diretor francês Luc Besson, o roteiro (de Adi Hasak) desenvolve uma aventura cheia de adrenalina, destinada a divertir um público disposto a rir de piadas carregadas de preconceitos contra chineses, paquistaneses e outros imigrantes, sem contar uma enorme quantidade de socos, tiros e cadáveres pelo caminho. Estômagos delicados podem ressentir-se do cardápio.

O mesmo Luc Besson e o diretor Pierre Morel fizeram um trabalho melhor no suspense “Busca Implacável” (2008). Em “Dupla Implacável”, apesar do título semelhante em português, quase nada deu certo.

A trama principal, envolvendo um complô terrorista para abalar a iminente visita de autoridades dos EUA, parece forçada demais. Nem mesmo as lendárias belas paisagens de Paris são mostradas como merecem.

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