Taxistas do Brasil e Bolívia fecham acordo para atuar na fronteira

Taxistas de Corumbá e da Bolívia firmaram acordo nesta quarta-feira, 27 de outubro, visando o combate do transporte clandestino de passageiros nos dois países. Os veículos serão cadastrados e receberão, até dezembro, selos de identificação autorizando a circulação no Brasil com intuito de abastecer os vendedores autônomos das feiras livres e da Bras-Bol. O tratado […]

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Taxistas de Corumbá e da Bolívia firmaram acordo nesta quarta-feira, 27 de outubro, visando o combate do transporte clandestino de passageiros nos dois países. Os veículos serão cadastrados e receberão, até dezembro, selos de identificação autorizando a circulação no Brasil com intuito de abastecer os vendedores autônomos das feiras livres e da Bras-Bol. O tratado foi celebrado após reunião envolvendo Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetrat); 6º Batalhão da Polícia Militar; Sindicato dos Taxistas de Corumbá e sindicalistas bolivianos do mesmo segmento.

“Nós, taxistas brasileiros, tínhamos um grande problema com a atuação dos carros vindos do país vizinho, exercendo o serviço de taxistas em nosso país, mas sem nenhuma regularização. Nos sentíamos prejudicados, pois exercemos diversos deveres, mas nossos direitos acabavam sendo desrespeitados com esse tipo de ação. A saída que encontramos, foi acionar a Agetrat para nos auxiliar neste problema e hoje estamos satisfeitos com o resultado obtido”, disse ao Diário, Francisco Alberto Vieira, vice-presidente do Sindicato dos taxistas de Corumbá. Num encontro anterior, em 22 de outubro, envolvendo Agetrat; PM e taxistas dos dois países foram discutidas propostas para estabelecer uma solução para o problema.

“A partir de 28 de outubro, a Agetrat vai realizar um cadastramento dos veículos que realizam o transporte de mercadorias e vendedores das feiras livres e da Bras-Bol. Muitos deles deixam as pessoas e as mercadorias no local de destino e trabalham como taxistas. Contamos com a colaboração do nosso país vizinho. Nossa intenção não é prejudicar o serviço de nenhum trabalhador, mas sim estabelecer a ordem, respeitando o direito de todos”, disse a diretora da Agetrat, Silvana dos Santos Rico Ortiz.

Selos

Conforme o acordo estabelecido a partir de hoje, 28 de outubro, os responsáveis pelo transporte de mercadorias de vendedores das feiras livres e da Brasbol, devem se dirigir até a Agetrat, portando os documentos do veículo em questão, do motorista e o carnê fronteiriço. Com esses dados, os veículos serão cadastrados e receberão até dezembro os selos identificando-os como autorizados à circulação no Brasil visando o abastecimento dos vendedores autônomos.

“Para que haja um maior controle, esses veículos cadastrados receberão um selo de identificação e terão um horário estipulado de entrada e saída do Brasil. Caso ele seja flagrado fora desse horário e em situação que caracterize transporte irregular de passageiros, o motorista responderá de acordo com as leis vigentes”, frisou Silvana. Os veículos convencionais brasileiros e bolivianos continuam tendo livre circulação ente os dois países.

A diretora da Agetrat frisou que a intenção não é restringir o acesso dos bolivianos no Brasil, mas sim evitar que alguns motoristas se utilizem desse artifício para prejudicar o trabalho dos taxistas locais, que afirmam ter déficit em serviços devido a essa ilegalidade.

Além desse selo, a Agetrat aprovou a presença de um fiscal do Sindicato dos Taxistas do Brasil fronteira, como forma de coibir o transporte clandestino tanto internacional como nacional. “Há algum tempo já tínhamos essa pessoa que ficava vigiando a fronteira, anotando as placas dos suspeitos de realizarem transporte irregular. Neste ano, com a ajuda da Prefeitura de Corumbá, recebemos a provação do nosso serviço, pois com a ajuda desta pessoa destinada a esse serviço, podemos identificar quem são as pessoas e os veículos que realizam estas ações”, disse Francisco.

O diretor responsável pelo Trânsito em Puerto Suárez, Willy Quirroja Zaloala, avaliou a iniciativa como sendo “de ótima qualidade” e estima que essas ações também serão  realizadas na Bolívia. “Como um responsável pelo Trânsito da Bolívia avalio a ação da Agetrat é de grande valia, pois as leis existem para ser cumpridas. Que essa ação seja cumprida até o fim e que os bolivianos reflitam de que é necessário ter ordem, ter leis e cumpri-las”, concluiu.

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