O Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (Simted) de Ponta Porã convocou para este sábado (23), às 8h, em sua sede, uma assembleia geral para discutir com servidores da Rede Municipal de Ensino (Reme) a proposta de greve geral no município, em função do não atendimento das reivindicações da categoria pelo prefeito Flávio Kayatt (PSDB).

O edital prevê também a discussão de outros assuntos de interesse da categoria. A mobilização do Simted dá continuidade à luta por reajuste salarial. No último encontro com representantes da administração, foi negado aumento e também plano de Saúde ao funcionalismo. Dos 2.696 funcionários da prefeitura, 1.231 ganham menos de um salário mínimo.

Para chegar ao mínimo, a prefeitura mantém uma política de complementação salarial (adiciona abonos ao piso até atingir o valor do mínimo vigente no país). Os sindicalistas querem que o menor salário real seja o mínimo. O Executivo alega que um reajuste aumentaria a folha salarial em cerca de 4% da folha, que é de R$ 4,5 milhões.

A prefeitura, segundo a Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, não pode dar nada de reajuste, porque estaria gastando cerca de 50,5% do que arrecada para pagar salários. Há seis anos os sindicatos acompanham as prestações de contas e chegaram à conclusão de que ano a ano a arrecadação municipal está aumentando.

“Isso não vem sendo repassado aos servidores municipais”, aponta a presidente do Simted, professora Denize Oliveira. “Em agosto do ano passado, por exemplo, a despesa na área de Educação foi de R$ 1,4 milhão. É praticamente o mesmo valor da folha de agosto deste ano”, frisa.

REAJUSTE ZERO

Na última reunião os sindicalistas não conseguiram sensibilizar o prefeito Kayatt, que se recusou a conceder qualquer reajuste este ano. O único aumento que os funcionários terão para o ano que vem será o do salário mínimo, que é dado pelo Governo Federal. Também não houve acordo para acesso ao plano de saúde da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores Estaduais de Mato Grosso do Sul).

Os sindicatos pediram que a prefeitura desse um abono-saúde aos funcionários, correspondente a 15% do salário mínimo, que seria descontado para pagamento da adesão à assistência da Cassems. A administração protelou a decisão, sob alegação de que precisa “estudar o assunto e calcular o impacto do benefício na folha”.

“Tivemos muita paciência até agora, esperamos todos os prazos pedidos pelo prefeito, então estamos retomando o movimento que teve início no dia 3 de maio deste ano”, afirmou Denise. Também estão em discussão outras reivindicações, como jornada de 30 horas semanais e equipamentos de segurança para os servidores.