Serra nega ter escalado Índio para críticas: ‘Não há divisão de trabalho’

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu na noite de quarta-feira, 11, o DEM e negou que o candidato a vice-presidente na chapa, Índio da Costa (DEM-RJ), tenha como papel na campanha atacar os adversários. Em entrevista ao Jornal das Dez, do canal pago Globo News, Serra foi perguntado sobre o envolvimento do […]

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O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, defendeu na noite de quarta-feira, 11, o DEM e negou que o candidato a vice-presidente na chapa, Índio da Costa (DEM-RJ), tenha como papel na campanha atacar os adversários. Em entrevista ao Jornal das Dez, do canal pago Globo News, Serra foi perguntado sobre o envolvimento do partido no “mensalão” do Distrito Federal, escândalo que teve como principal envolvido o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido), que foi filiado ao DEM.

“Olha, tem uma diferença entre DEM e PT”, começou o candidato do PSDB a presidente. “O Arruda fez muita coisa errada e está sendo punido ainda, além de ter sido mandado embora do DEM. Os que fizeram o ‘mensalão’ do PT, em muito maior quantidade, estão todos no poder.” A munição de Serra sobrou ainda para o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu (PT-SP), que teve o mandato parlamentar cassado. “Tem até um deles, o José Dirceu, que é um dos comandantes do PT e da campanha do partido hoje”, afirmou.

O candidato do PSDB enumerou as qualidades de Índio da Costa e negou que ele desempenhe a função de fazer críticas. “Ele é um homem jovem, combativo, líder da Lei da Ficha Limpa no Congresso Nacional. Um homem preparado”, listou. “Não há nenhuma divisão de trabalho com ele, você bate ou não bate”, acrescentou. Serra informou que, num eventual governo do partido, Índio da Costa atuaria como uma espécie de supervisor, percorrendo o Brasil para verificar se as iniciativas do governo chegarão de maneira eficiente aos Estados.

“Nós vamos ter pela primeira vez um vice que vai trabalhar e ajudar o presidente a governar o País melhor.” Ainda sobre a campanha, Serra se contradisse e afirmou não estar preocupado por ter arrecadado em julho quantia inferior à dos adversários na corrida eleitoral. “Não me preocupou, não é uma coisa que me angustie. Eu estou preocupado em ganhar a eleição e isso não depende de uma campanha milionária.” No fim de julho, o candidato havia reconhecido num evento em São Paulo que a questão o havia preocupado.

Trem-bala. Durante a entrevista de 15 minutos, Serra posicionou-se contra o investimento de dinheiro público no projeto do trem-bala e a votação em ano de eleição do projeto de lei que altera o Código Florestal Brasileiro, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). O candidato tucano não se opôs à construção do trem, “se fosse absolutamente privado e sem dinheiro do governo”.

“São estimados R$ 45 bilhões para este projeto. Sabe o que vou fazer com esse dinheiro? Irei fazer metrôs em Porto Alegre, Rio, Belo Horizonte, Salvador e Recife”, listou. Serra prometeu que, se for eleito, pretende equacionar em seis meses a questão da proposta ambiental. O candidato presidencial ressaltou: “Eu quero dizer e insisto, eu sou muito ambientalista.” Serra reafirmou ainda na entrevista que manterá a autonomia do Banco Central (BC) e propôs como mudança na seara econômica a formação de uma equipe “homogênea de governo”, composta pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão e pelo presidente da instituição financeira.

“Convém ao Brasil ter juros menores (Selic), então, você tem de ter uma equipe responsável, trabalhando de maneira correta e com metas.” O candidato social-democrata defendeu mais um vez o compromisso em manter o atual modelo macroeconômico – ancorado no tripé câmbio flutuante, regime de metas inflacionárias e superávit primário -, e disse que combaterá numa eventual gestão um outro tripé, que em outra ocasião chamou de “maligno”. “O Brasil tem os maiores juros reais, a maior carga tributária e a menor taxa de investimento governamental, exceto a do Turcomenistão”, criticou. Serra propôs ainda redefinir os gastos da administração federal para investir mais na área de saúde, uma das principais vitrines eleitorais dele na campanha deste ano.

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