O candidato a presidente da República pelo PSDB, José Serra, classificou nesta segunda-feira (18) como “totalmente irrelevante” o fato de a gráfica responsável pela impressão de panfletos de cunho religioso contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT) “ser ou não ser” de parente de integrante da campanha tucana.

Neste domingo (17), a Polícia Federal apreendeu em uma gráfica em São Paulo, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), folhetos com o texto intitulado “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, assinado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O folheto relaciona a candidata do PT à defesa da legalização do aborto. Segundo a gráfica, os folhetos foram encomendados pela Diocese de Guarulhos (SP).

Serra comentava o fato de uma das donas da gráfica ser Arlety Satiko Kobayashi, irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha tucana à Presidência.

“O fato de a gráfica ser ou não ser de parente de alguém que está trabalhando na campanha é totalmente irrelevante. A despesa é por conta da diocese. A diocese tem pleno direito de manifestar-se sobre questões que considera relevante, do ponto de vista da religião no Brasil, da sociedade, e isso não tem nada a ver com a campanha”, declarou Serra nesta segunda (18).

Em entrevista após visita à sede da Associação Médica Brasileira em São Paulo, o candidato negou a possibilidade de a campanha do PSDB ter financiado a produção dos panfletos. “Não é dinheiro de campanha, não tem a ver com a campanha, eu sequer conheço o folheto. Não tem nada demais. É procurar pelo em casca de ovo”, disse.