O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse nesta quarta-feira (14) que o fato de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter citado a adversária Dilma Rousseff (PT) em um evento oficial revela o uso da máquina pública para promover a presidenciável petista.

– Eu tenho andado por todo o Brasil sem qualquer apoio governamental. Por que eles não fazem a mesma coisa, inclusive no corpo a corpo, nos debates?

Na terça-feira (13), Lula afirmou que o trem-bala, que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo, não teria saído do papel se não fosse pelo trabalho da ex-ministra que comandava a Casa Civil na época da criação do projeto. Na cerimônia, o presidente afirmou que “nem poderia falar o nome de Dilma, mas que a história a gente não pode esconder da eleição”.

As declarações de Serra ocorreram durante um encontro na central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores), em São Paulo. No mesmo evento, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, também criticou a atitude de Lula.

O tucano, entretanto, foi além, e disse que o suposto uso da máquina pública para promover Dilma revela a fragilidade da candidatura adversária que, segundo ele, é fruto de “marquetagem”.

– Primeiro, fere o sentimento de justiça usar a máquina governamental. […] Agora, também mostra que a candidata não consegue andar sobre suas próprias pernas e essa é a realidade. Na verdade, isso tende a acontecer quando a candidatura é fruto de ‘marquetagem’. Pra quê isso?

Hoje, Lula pediu desculpas pela citação à Dilma, e admitiu ter cometido um “erro político”. Entretanto, o presidente negou a intenção de ferir a legislação eleitoral, e disse que tinha “obrigação moral” de atribuir à ex-ministra da Casa Civil a idealização do trem-bala.

Além de criticar Lula e Dilma, Serra também voltou seus ataques à CUT (Central Única dos Trabalhadores), e disse que a entidade virou “pelega” após se aliar ao PT.