Adílson Higa, de 38 anos, se preparava para disputar no ano passado o Campeonato Pan-Americano de Jiu-Jitsu em Salvador (BA), mas um acidente quase tirou sua vida, e após passar mais de duas semanas em coma, teve que amputar seu braço esquerdo. Nada disso o impediu de vestir novamente o quimono e voltar a dar aulas.

Ele se considera “um exemplo para muita gente”. Adílson Higa, de 38 anos, se preparava para disputar no ano passado o Campeonato Pan-Americano de Jiu-Jitsu em Salvador (BA), mas um acidente quase tirou sua vida, e após passar mais de duas semanas em coma, teve que amputar seu braço esquerdo. Nada disso o impediu de vestir novamente o quimono e voltar a dar aulas. Para ele, foi a luta que deu forças para continuar a viver.

“Com problemas ou não, crianças, dentro e fora dos tatames… Muita gente que conhece minha trajetória, sabe o esforço que fiz para superar a dor física e mental da tragédia, e hoje olhar para trás e ver que venci”, comemora o atleta, que neste ano conquistou medalhas nos oito torneios que disputou.

“Eu creio que sou um exemplo para muita gente. Muitas pessoas me param e perguntam, ou porque conhecem alguém ou têm algum parente que sofreu acidente de moto. Elas ficam mais surpresas quando falo que ainda luto jiu-jitsu em alto nível, sem ser paraolímpico”, frisa.

Este ano, as principais conquistas do campo-grandense dentro dos tatames foram as duas medalhas de bronze no Campeonato Pan-Americano de Jiu-Jitsu Esportivo, que aconteceu entre os dias 21 e 24 de outubro, em Brasília (DF). Ele foi o único representante de Mato Grosso do Sul no torneio, que reuniu cerca de 2000 atletas do Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia.

“Consegui medalhas que pouca gente tem aqui no Estado. Só lutaram os caras ‘top’ do jiu-jitsu, como o Roberto Abreu, Alan Régis, ou seja, de um universo de mais 2000 praticantes no Estado, eu lutar com os melhores do Brasil e trazer medalhas é um feito inédito, e na minha condição, você imagina a repercussão lá fora”, afirma o lutador, que ainda sente algumas dificuldades para adaptar-se.

“Como eu luto com pessoas ‘normais’, ainda faz falta o outro braço, mas como não tem um torneio específico… Essa é a maior dificuldade”, lamenta.

Apesar disso, ele afirma que “a vida segue” e já pensa nos próximos projetos: seu plano é viabilizar um projeto com crianças carentes na Capital.

“A galera do jiu-jitsu deu a maior força. Foi graças ao esporte que minha vida tomou um curso totalmente normal”, finaliza.