Revelação do Carnaval 2009 luta contra vício em crack

Cantor revelação do Carnaval de 2009, com a banda Bué da Fixe, Allan Spínola, 26 anos, vive hoje refém do crack. O vício, que o persegue há 5 anos, traz sofrimento para ele e familiares, que não sabem mais o que fazer. Vendo a angústia da mãe, Cristiane Spínola, e depois do uso excessivo da […]

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Cantor revelação do Carnaval de 2009, com a banda Bué da Fixe, Allan Spínola, 26 anos, vive hoje refém do crack. O vício, que o persegue há 5 anos, traz sofrimento para ele e familiares, que não sabem mais o que fazer.

Vendo a angústia da mãe, Cristiane Spínola, e depois do uso excessivo da droga, Allan pediu socorro  a um programa de TV para se recuperar. “Luto há três dias para não usar nada, mas é muito difícil. Como ato de desespero, resolvi tornar minha história pública, na esperança de ser ajudado. Quero ficar livre deste vício”, diz o cantor,  que contou com a ajuda da mãe para ficar “limpo” nos últimos dias, quando resolveu parar.

A alternativa encontrada por ela foi dopar Allan com a utilização de calmantes. “Dou remédio para que ele durma e não saia como um louco para usar crack. Não quero ver meu filho nesta vida, não quero perdê-lo”, emociona-se Cristiane, que nesta quarta completou 46 anos, desejando que o filho “largue de vez as drogas e volte a ser o menino  talentoso de sempre”.

O ponto de maior angústia para a família de Allan foi quando a banda Bué da Fixe encerrou as atividades por falta de patrocínio. “Neste período, que foi agora em janeiro, ele começou a consumir a pedra diariamente. Ficou até três dias usando direto sem parar. Ele fugia de casa e só voltava quando não tinha mais nada”, conta a mãe, lamentando tê-lo visto, por várias vezes, “parecido com um morador de rua”.

Para sustentar o vício, o cantor roubava a mãe e vendia tudo que tinha em casa, como aparelho de som, TV, celular e roupas. “Já cheguei a vender um celular caro por cinco pedras de crack, que custavam R$ 50”, conta ele.

Nesta quarta, Allan e a mãe foram ao programa para o qual ele mandou um e-mail pedindo ajuda. “Nos disseram que conseguiram marcar consulta gratuita para que Allan possa fazer avaliação, no dia 24 deste mês. Só depois é que vamos saber se ele será internado. Mas, caso isso aconteça, não teremos como arcar com os custos”, diz a mãe.

Ambiente – Antonio Nery, coordenador do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (Cetad-Ufba), em evento promovido por A TARDE para debater o problema das drogas, em novembro, destacou que a relação entre usuário, drogas e ambiente não pode ser esquecida: são fatores que influenciam o indivíduo.

Allan nasceu e foi criado na Cidade Nova, próximo a pontos de tráfico. A influência foi decisiva. Ele conta que aos 15 anos teve o primeiro contato com a maconha. “Fumava com amigos de infância, que ofereciam. Depois, eles me apresentaram o pitilho (cigarro de maconha com crack). Fui em busca do crack, que mantinha o efeito por mais tempo”.

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