Quatro mineiros do Chile perdem licença médica

Quatro dos 33 mineiros resgatados da mina San José, no norte do Chile, perderam a licença médica que lhes permitia seguir recebendo seus salários. O motivo foi a ausência nos controles médicos devido às frequentes viagens ao exterior, disse uma fonte médica.

Os 33 mineiros estavam submetidos a uma licença por “acidente de trabalho”, que permitia que continuassem recebendo normalmente seus salários. O médico chefe da Associação Chilena de Segurança (ACHS), Jorge Díaz, justificou a suspensão.

– O artigo 33 da lei contra acidentes de trabalho estabelece claramente que se o trabalhador não cumprir as indicações médicas o pagamento do subsídio é suspenso.

Viagens e entrevistas impedem idas ao médico

Após seu resgate (no dia 13 de outubro), muitos dos mineiros viajaram ao exterior para contar sua experiência, o que os impediu de se apresentar aos controles médicos.

Um dos mineiros, Omar Reygadas – dedicado a realizar palestras motivacionais – criticou a medida, dizendo que a maioria ainda não se recuperou psicologicamente.

– Não são problemas físicos, mas psicológicos.

Reygadas acrescentou que a ACHS deveria ter concedido a eles uma licença por “problemas psicológicos” – que não os impede de viajar – em vez de uma por “acidente de trabalho”.

– Com a licença de problemas psicológicos nós podemos sair para qualquer lugar, é como uma terapia, mas a ACHS não fez isso como uma forma de se desfazer do grupo.

Os 33 mineiros ficaram presos no dia 5 de agosto a 700 m de profundidade na mina San José, onde após 69 dias, em uma grande operação de resgate seguida por milhares de telespectadores em todo o mundo, chegaram à superfície.