Mal terminou a Copa do Mundo e o próximo mundial de futebol, que será realizado no Brasil, em 2014, já rende as primeiras caneladas em solo nacional. A disputa começou na arena política e promete se arrastar pelos próximos quatro anos.

O primeiro embate, que termina em outubro, nas urnas, tem pautado discursos de candidatos pelo País – seja para atacar rivais, seja para faturar em cima do assunto. Embora esteja presente de forma mais evidente nas corridas estaduais, o tema já ganhou espaço também no discurso de candidatos ao Palácio do Planalto.

Parte das declarações foram engatilhadas após representantes da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) criticarem o atraso nas obras de infraestrutura para o mundial. Para a Fifa, “falta tudo” ainda no Brasil, desde estádios, estradas, sistema de telecomunicações, aeroportos e capacidade suficiente em hotéis. F

oi a deixa para que o presidenciável José Serra (PSDB) entrasse em campo para dizer que o Brasil está mal preparado para sediar o evento. “Conseguiu-se o recorde mundial de não preparação de aeroportos para a Copa”, afirmou o tucano, que citou outras obras do governo federal que, apesar de “propagandeadas, não andam”.

“O Brasil não ganhou a Copa (de 2010), mas ganhou a Copa dos mais altos juros, da mais alta carga tributária e do mais baixo investimento governamental do mundo”, disse o candidato, mirando a adversária Dilma Rousseff (PT). Quem foi escalado para responder às contestações da Fifa foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, maior cabo eleitoral da ex-ministra da Casa Civil.

Na quarta-feira, durante lançamento do edital do trem-bala (que vai ligar São Paulo a Campinas e o Rio de Janeiro), Lula disse que os brasileiros estão sendo tratados “como se fossem idiotas, (como) se não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.

Já Dilma limitou-se, durante a última semana, a exaltar os compromissos do governo federal no financiamento de estádios e obras para mobilidade social. Ainda assim, ela já prometeu abertamente que, se eleita, dará prioridade à construção de aeroportos.